Rodrigo Rollemberg (PSB) fez caminhada ontem no Parque da Cidade e
cumprimentou eleitores. Ele prometeu implementar novos espaços verdes
Ibaneis Rocha (MDB) se reuniu com policiais militares, visitou a Feira
do Guará e teve encontro com lideranças evangélicas em Samambaia
Semana de acordos e de negociações - A largada do
segundo turno foi marcada por reuniões e costuras políticas com objetivo de
buscar novas alianças. A partir de agora, os candidatos vão retomar o ritmo
intenso de agendas nas ruas e apresentar propostas ao eleitorado
As caminhadas e grandes atos de campanha ficaram de
lado na primeira semana do segundo turno. Os candidatos ao GDF dedicaram os
primeiros dias da nova etapa a reuniões e conversas com lideranças, partidos e
adversários do primeiro turno. Em busca de apoio, eles discutiram propostas de
governo. As negociações por apoio avançaram mais na candidatura do advogado
Ibaneis Rocha (MDB), que conquistou siglas e nomes fortes da política local. O
governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ainda tenta atrair novos aliados, mas, na
prática, sofreu baixas na campanha.
Com a liderança indicada nas pesquisas antes da
votação do primeiro turno, Ibaneis chegou a dizer que não buscaria alianças e
que não lamentaria caso os adversários se unissem contra ele. Os números das
pesquisas se confirmaram, Ibaneis garantiu a vaga no segundo turno em primeiro
lugar, com o voto de 41,97% do eleitorado. A posição do ex-presidente da OAB-DF
em relação aos apoios, no entanto, mudou. “Brasília está vivendo um momento de
divisão, a cidade precisa ser pacificada. Acho que a hora é de unir as pessoas
para recuperar nossa cidade”, justificou.
Ibaneis fechou com o terceiro colocado no primeiro
turno, o deputado federal Rogério Rosso (PSD). O parlamentar conversou com os
dois candidatos, mas exigiu que os concorrentes incorporassem uma lista de
propostas ao plano de governo. Temas como extinção da Agefis e do Instituto
Hospital de Base — muito caros à campanha de Rollemberg — faziam
parte dos projetos apresentados por Rosso. Ibaneis aceitou as condições e
recebeu o pessedista em seu grupo.
Além de Rosso, o representante do MDB também se
aliou a nomes com propostas conservadoras, de defesa da família tradicional e
de valores cristãos, como o deputado federal eleito Júlio Cesar e o distrital
Rodrigo Delmasso, ambos do PRB. Ibaneis, em reunião com a Frente Cristã em
Defesa da Família, defendeu posições próximas do grupo ao se colocar contra o
aborto e a descriminalização das drogas.
Outros partidos como PPS, PHS, Podemos, DC e
Patriota também declararam apoio a Ibaneis. O advogado nomeou informalmente o
grupo de Frente do Bem e garante que as negociações foram apenas em torno de
propostas e não envolveram promessas de cargos. Ibaneis se aliou aos tucanos —
liderado pelo senador eleito Izalci Lucas, o PSDB entrou para a campanha do
advogado. Os políticos na briga pelo GDF investem ainda na preparação para os
confrontos diretos. O Correio Braziliense realiza o segundo debate entre
Rollemberg e Ibaneis, no próximo dia 24, às 18h, com transmissão ao vivo pela
TV Brasília e pelas redes sociais do Correio.
Militares
Sem ampliar a coligação de partidos para o segundo
turno, Rodrigo Rollemeberg aposta no corpo a corpo com o eleitorado e no
discurso de combate à corrupção. Na última terça-feira, ele participou de
reunião com policiais militares e bombeiros que disputaram cargos eletivos.
Mais de 10 nomes declararam apoio ao socialista. Em setembro, o governador
apresentou um novo plano de carreira para as categorias, que entrará em vigor
no próximo ano, o que facilitou a negociação. Mas, desde então, Rollemberg
sofreu perdas. O PSol de Fátima Sousa, que ensaiou aproximação do governador
nas últimas semanas antes do pleito, se colocou contra a Ibaneis, mas
condicionou o apoio a Rollemberg a uma declaração do governador contra a
candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência. Como o governador preferiu a neutralidade,
Fátima retrucou dizendo que o partido não via motivos para apoiá-lo. O PT-DF
deve seguir a mesma direção.
A Rede Sustentabilidade, que fez parte da coligação
de Rollemberg no primeiro turno, decidiu retirar apoio. Segundo a sigla, o
rompimento ocorreu “devido à ingratidão com quem o apoiou e a deslealdade com
quem teve coração de defendê-lo”. O partido citou em nota que Rollemberg
priorizou a candidatura de Leila do Vôlei (PSB) à de Chico Leite (Rede), que
disputavam juntos o Senado. Parte dos filiados à Rede, entretanto, segue
apoiando o governador.
A posição
do PR, de Jofran Frejat, deve sair nos próximos dias. O partido aguarda a volta
dos deputados eleitos Agaciel Maia e Flávia Arruda para um anúncio oficial.
Durante a semana, Ibaneis chegou a divulgar que teria um encontro com Frejat,
mas o médico afirmou que só tomará a decisão com o aval do partido. O senador
Cristovam Buarque (PPS) também deixou para decidir apenas nesta semana. O
senador deu sinais de que deve estar ao lado do advogado e já declarou que as
conversas estão bem encaminhadas.
Neutros
Ibaneis e Rollemberg ainda não tomaram uma posição
em relação ao segundo turno presidencial. O emedebista fez elogios a Jair
Bolsonaro (PSL) durante entrevista ao CB.Poder nesta semana, mas não acertou
apoio. Já Rollemberg explicou que tomar partido significaria contribuir para a
radicalização política, mas reiterou que tem como valores “a defesa
intransigente da democracia, a defesa dos direitos humanos e o respeito à
diversidade”
Acertos: Veja qual a posição dos candidatos que disputaram o primeiro turno da corrida ao Palácio do Buriti:
» Alberto Fraga (DEM) - Neutralidade
» Alexandre Guerra (Novo) - Neutralidade
» Eliana Pedrosa
(Pros) - Neutralidade
» Fátima Sousa (PSOL) - Neutralidade
» General Paulo Chagas (PRP) - Ainda
não definiu
» Guillen (PSTU) - Neutralidade
» Miragaya (PT) - Ainda não se
definiu
» Renan Rosa (PCO) - Neutralidade
» Rogério Rosso (PSD) - Apoio a Ibaneis
Alexandre
de Paula - Pedro Grigori - Fotos: Arthur
Menescal/CB/D.A.Press - Correio Braziliense
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ELEIÇÕES 2018