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Cadê a Zona 30?


Cadê a Zona 30?

Nos últimos três anos, o governador Rodrigo Rollemberg, por meio da Secretaria de Mobilidade e do Departamento de Trânsito (Detran), implantou uma política de redução de velocidade das vias com altos índices de acidente. A medida foi um sucesso, conforme se constata nas estatísticas colisões, mortos e feridos em todas as vias que tiveram o limite reduzido. Seguindo essa tendência, em julho deste ano, o governo anunciou no Diário Oficial que implantaria a Zona 30 no Distrito Federal.

Resumidamente, esse espaço consiste em reduzir para 30km/h, a velocidade máxima dos veículos em um conjunto de ruas. A estratégia é adotada em várias cidades do mundo, algumas delas nos Estados Unidos e Europa.

Passados quase quatro meses da publicação e a menos de dois meses do fim da gestão, o projeto não avançou. Pelo decreto, a Secretaria de Mobilidade faria o projeto e o Detran, a sinalização. Mas, até agora, somente a iniciativa-piloto, nas vias entre o Instituto Central de Ciências, o Restaurante Universitário e o Banco do Brasil saiu do papel. (Vídeo)
A proposta pode arrepiar os cabelos de parte da população e até de integrantes da equipe de governo que têm uma visão rodoviarista da mobilidade urbana, em que os carros reinam absolutos e são o centro das decisões.  Mas a proposta tem tudo para dar certo. A moderação do tráfego deixa o trânsito mais seguro e humanizado. Passa, não somente pela sinalização com placas, como também por intervenções na via, como mudança em calçadas, estreitamento de vias, entre outras. Semob diz que o projeto está em fase final de aprovação. Ceilândia e Águas Claras são as cidades que terão a Zona 30. Mas não deu prazo de quando será feito.

Em Monheim, na Alemanha, o governo colocou floreiras em alguns pontos das vias da Zona 30. Nessa região, o comportamento do motorista é bem diferente em relação a outros locais da cidade, onde os conflitos são evidentes. Além de dirigir em alta velocidade, os condutores são, em geral, hostis com ciclistas. Mas não na Zona 30. Vi de perto a diferença, quando estive lá em meados de setembro.

Belo bem da cidade e por menos mortes nas ruas, seria bom que o compromisso assumido no Diário Oficial em julho fosse cumprido. E se esse governo não tirar a proposta do papel, que o governador eleito Ibaneis Rocha tenha a sensibilidade para entender a importância da medida para a segurança viária, e dê continuidade ao projeto.

A mobilidade urbana é mais que viadutos e rodovias, muitas vezes, construídos mais para enriquecer uns e outros do que efetivamente trazer soluções viárias. Garantir o direito à cidade por meio da mobilidade passa, fundamentalmente, pelo olhar para as necessidades do ser humano. Aquele que circula em veículos automotores e também para quem anda a pé. Especialmente para quem anda a pé!


Por: Adriana Bernardes – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google





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