test banner

Troca de bastão na Secretaria de Cultura: Guilherme Reis & Adão Cândido

Guilherme Reis, atual secretário de Cultura

Que balanço faz da administração Rollemberg na área da cultura?
Este foi um governo que compreendeu a complexidade da cultura, sua interação com outras políticas e seu valor para o desenvolvimento sustentável. Isso não é pouca coisa. Tivemos a coragem de romper paradigmas da política de balcão, investindo no diálogo, nos territórios do DF. E estamos deixando um legado para as próximas gestões e para as próximas gerações. Tudo isso feito com extrema seriedade e honestidade. Para isso, tivemos a oportunidade rara de contar com uma equipe 100% técnica e o apoio irrestrito do governador.

Quais foram os principais avanços?
A criação de cinco novos espaços culturais fora do Plano Piloto, a reforma do Centro de Dança, do Espaço Cultural Renato Russo, da Biblioteca Pública da 513, do Panteão. A criação da Lei Orgânica da Cultura; o FAC executando valores recordes e o novo FAC Regionalizado, que levou recursos para onde nunca chegavam. A gestão em parceria com a sociedade civil graças ao Mrosc. O reconhecimento de setores historicamente relegados, o apoio ao carnaval de rua, às atividades juninas e aos espaços independentes. Os prêmios Cultura e Cidadania. Em resumo, os avanços foram muitos e profundos.

O que gostaria de ter executado e não foi possível tirar do papel nesse período?
O que foi negligenciado por mais de 20 anos não se recupera em três ou quatro. Finalizar a obra do MAB (que está com recursos garantidos); concluir o Centro Cultural de Ceilândia (em obras desde 1986!); avançar na criação da Brasília Filmes, da Cinemateca de Brasília e na PPP de implantação efetiva do Parque Audiovisual de Brasília, complementando ações que fizemos para o crescimento sustentável do setor. E, principalmente, ter iniciado a obra do Teatro Nacional, depois de rever o projeto, cuidar das fases de aprovação, contratar projeto estrutural e traçar a estratégia para reformar por etapas. Trabalhamos muito para que isso aconteça com rapidez e a cidade volte a ter o teatro que merece.

Que conselho daria ao seu sucessor?
Gostaria apenas de desejar sucesso e novos avanços. Que possamos ter uma saudável e desejável continuidade de política de Estado, aprofundando a modernização, a manutenção e ampliação dos espaços públicos de cultura do DF. E que essas ações se reflitam na estrutura e no orçamento da Secretaria de Estado de Cultura! E que tudo isso seja feito junto com a comunidade cultural, sempre em parceria com a sociedade civil.
Adão Cândido, futuro secretário de Cultura

Qual será a sua prioridade para a área da cultura?
Nossa gestão estará focada em três eixos: Economia Criativa/Audiovisual — Desenvolver no âmbito da Secult e articular com as demais áreas do governo a política pública de Economia Criativa. Criação do Distrito Criativo/Polo do Audiovisual. Criação da Agência de Cinema de Brasília. Implementação da Brasília Film Comission. Gestão do Patrimônio, com desenvolvimento do marco legal e de governança com um modelo de gestão sustentável para os equipamentos culturais, trazendo agilidade e transparência na gerência dos espaços por meio de aplicativos e plataformas digitais. Reformar e entregar para a população os equipamentos em todo o DF. Na difusão e diversidade, vamos estabelecer, por intermédio de instrumentos de incentivo e fomento da Secult, programação continuada nos equipamentos culturais, observando todas as formas de manifestação artística e diversidade identitária. E vamos estabelecer um calendário das atividades culturais do DF.

O que espera tirar do papel nos próximos quatro anos?
Devolver à população do DF o Teatro Nacional, começando pela sala Martins Pena. Também são prioridades as entregas do Museu de Artes de Brasília e do Centro Cultural da Ceilândia. Criação de aplicativo em parceria com turismo, esporte e iniciativa privada. Lançar calendário de eventos e selo dos 60 anos de Brasília para as comemorações em 2020.

Que experiências do antecessor pretende aprimorar?
Expandir, por meio de cursos e desburocratização, o acesso para proponentes e patrocinadores aos instrumentos de fomento (FAC) e incentivo (LIC e Rouanet).

E que erros não quer repetir?
Não ter solucionado a questão do carnaval tradicional. Vamos propor o desfile das escolas de samba no 21 de abril, com novo modelo que observe as características locais e que seja sustentável economicamente.


Ana Maria Campos - Coluna "Eixo Capital" - Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press  - Correio Braziliense

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem