Educa DF: Buriti diz que vai construir 140 escolas
e creches via PPP Plano estratégico foi lançado nesta segunda (25) e prevê 40
mil câmeras em colégios, internet e mais verba para escolas que cumprirem metas
Em meio à
onda de ameaças de ataques a colégios e à polêmica da militarização das
escolas, o Governo do DF lançou, nesta segunda-feira (25/3), o
EducaDF, plano estratégico da rede distrital de educação. Entre as medidas
anunciadas, estão a instalação de 40 mil câmeras na rede pública de ensino, o
fornecimento de internet para todas as unidades e a construção de 140
creches e escolas por meio de Parceria Público Privada (PPP).
A
construção de novas unidades exigirá investimento de R$ 800 milhões por quatro
anos de contrato. As empresas seriam selecionadas via chamamento e
licitação. A gestão será do governo.
Além
disso, ainda neste ano, o GDF pretende aumentar a verba do Programa de
Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) em 15% para 185 escolas
consideradas de nível crítico. Caso batam as metas de desempenho para o próximo
ano, terão mais 15% de incremento.
Segundo
o secretário de Educação, Rafael Parente, o Distrito Federal pretende ser
o ente federado mais avançado em saúde, segurança, tecnologia, economia,
cultura e ciência, entre outras, e, para isso, o investimento prioritário em
educação é fundamental.
O
programa é constituído de cinco prioridades: valorização dos profissionais da
educação; atenção especial para as escolas que mais precisam; promoção da
cultura de paz e responsabilização de autores de atos que desrespeitem o
ambiente escolar; construção de mais creches e escolas para a rede; e uso de
novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem.
O governo
vai colocar 40 mil câmeras nas áreas internas e externas das escolas. “Vamos
criar o toque seguro. Será um botão de alerta interligado à PM”, contou o
secretário. Ainda nesta semana, o GDF deverá apresentar o novo modelo de
regimento interno, com punições para alunos “brigões”.
As sociedades avançadas que conseguiram se
desenvolver investiram necessariamente em educação. Por isso, para atingir
nossa missão aqui no DF, criamos esse plano estratégico com macropolíticas que
serão implementadas por etapas e todas com avaliações periódicas" .(Rafael Parente, secretário de Educação)
Servidores
Sobre a valorização dos servidores, o secretário destacou que serão feitas nomeações, melhorias nas condições de trabalho e mais tecnologia. “Os reajustes e a valorização profissional vão entrar na pauta, assim como a questão de ter um seguro de saúde. Tudo isso vai acontecer”, disse. “A Fazenda vai avaliando e liberando conforme há recurso”, completou.
Sobre a valorização dos servidores, o secretário destacou que serão feitas nomeações, melhorias nas condições de trabalho e mais tecnologia. “Os reajustes e a valorização profissional vão entrar na pauta, assim como a questão de ter um seguro de saúde. Tudo isso vai acontecer”, disse. “A Fazenda vai avaliando e liberando conforme há recurso”, completou.
Em assembleia no último dia 14,
os professores fecharam a pauta de negociações com o GDF. A categoria
quer reajuste de 37%, mesmo percentual que deve ser oferecido aos
policiais civis. Os docentes também se colocaram contrários à gestão
compartilhada com militares nas escolas.
Os professores cobraram,
ainda, o pagamento da terceira parcela do aumento do funcionalismo, que
deveria ter saído em 2015; o cumprimento das 21 metas do Plano
Distrital de Educação (PDE); a regularidade nos repasses do Programa de
Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf); e a construção/reforma de
escolas e creches públicas. Também estão entre os pedidos da
categoria: reajuste do auxílio-alimentação, plano de saúde e pagamento da
pecúnias.
Sobre
pontos específico do Educa DF, ele se mostrou cético quanto às chances de
implementação de ações como distribuir um computador para cada professor e
fazer os alunos usarem os próprios smartphones como complemento às aulas.
“Sonhar é de graça”, desdenhou.
Reação
O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e o Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas (SAE-DF) reclamaram do Educa DF e cobraram materialidade nas propostas e valorização dos servidores. “Eles falam em construir novas escolas, mas existem unidades que estão fechadas e provisoriamente em outras áreas. Elas precisam ser reconstruídas e devolvidas à comunidade antes de erguerem outras”, critica o diretor do Sinpro-DF, Samuel Fernandes.
O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e o Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas (SAE-DF) reclamaram do Educa DF e cobraram materialidade nas propostas e valorização dos servidores. “Eles falam em construir novas escolas, mas existem unidades que estão fechadas e provisoriamente em outras áreas. Elas precisam ser reconstruídas e devolvidas à comunidade antes de erguerem outras”, critica o diretor do Sinpro-DF, Samuel Fernandes.
Ele
também cobra a isonomia salarial dos professores com outras 28 categorias de
nível superior, em cumprimento à meta 17 do Plano Distrital de Educação, e pede
pelo menos 37% de reajuste. “São vários anos sem aumento e
auxilio-alimentação. Não temos planos de saúde! A valorização dos
profissionais da Educação precisa sair do papel e do discurso”, se irritou.
O diretor
jurídico do SAE-DF, Denivaldo Alves do Nascimento, que acompanhou a
solenidade no Palácio do Buriti, se disse decepcionado com a
apresentação. “Não me agradou porque os atores das escolas são os apoios
técnicos, os vigilantes, as merendeiras, o pessoal de conservação e limpeza, e
é preciso de projeção para todos”, reivindicou.
Eric
Zambon - Francisco Dutra - Foto: Rafaela Felicciano - Metrópoles