Justiça aumenta pena de casal que matou Maria Cláudia Del'Isola em 2004.
Bernadino Filho e Adriana Santos eram funcionários da família Del'Isola. O
casal foi condenado por homicídio triplamente qualificado
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu parecer favorável ao pedido do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que solicitou o
aumento da pena para os réus Bernadino do Espirito Santo Filho e Adriana de
Jesus Santos, casal acusado de matar Maria Cláudia Del’Isola em 2004. Cabe
recurso da decisão.
Os dois haviam sido condenados a 65 e 58 anos de prisão pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), mas recorreram da
decisão e conseguiram a redução para 44 e 38 anos de prisão em regime fechado,
respectivamente.
Após decisão do STJ, proferida na última sexta-feira (29/3), Bernardino
Filho deve receber a pena de 50 anos e seis meses, enquanto Adriana Santos
deverá cumprir 40 anos de reclusão, ambos em regime fechado.
Eles foram condenados pelos crimes de homicídio triplamente
consubstanciado, estupro, atentado violento ao pudor, ocultação de cadáver e
furto qualificado.
Preso em 2007, Bernardino Espirito Santo obteve progressão para o regime
semiaberto em 2016. Com a nova decisão, a situação prisional do réu deve ser
reanalisada pela Vara de Execuções Penais.
Morta em
casa: O crime aconteceu em dezembro de 2004 e foi considerado um dos
assassinatos mais bárbaros do Distrito Federal. Bernardino era caseiro da
família de Maria Cláudia Del’Isola, enquanto Adriana de Jesus, sua namorada,
trabalhava como empregada doméstica na mesma residência.
A vítima foi abordada pelo casal antes de sair para a faculdade,
agredida com um soco e obrigada a informar a senha do cofre. Depois, foi
estuprada, esfaqueada e morta com um golpe de pá na cabeça. Seu corpo foi
enterrado debaixo da escada principal da casa e encontrado três dias depois.
Durante três dias, a família de Maria Cláudia acreditava que a jovem
estivesse desaparecida. Somente em 12 de dezembro eles descobriram que a filha
mais nova estava morta e enterrada dentro da própria casa, perto do jardim.
O crime teria sido planejado por Bernadino, de acordo com os depoimentos
de Adriana à polícia. Ela relatou, em depoimento, que decidiu apoiá-lo porque
tinha inveja e ciúmes da estudante por ela ser “rica e bonita”, enquanto
Adriana era “pobre e feia”. Os assassinos recebiam ajuda dos patrões para criar
o filho único do casal.
Por Gabriela Sales –
Correio Braziliense
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