Morre, aos 93 anos, Benjamin Roriz, ex-secretário de Governo
- Primo distante de Joaquim Roriz, atuou ao lado do ex-governador em
funções políticas e jurídicas até os 80 anos. Era auditor fiscal aposentado da
Receita Federal
A idade não foi barreira para que Benjamin Segismundo de Jesus Roriz,
auditor fiscal aposentado da Receita Federal, estivesse ao lado do primo
distante e ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz durante os quatro
mandatos. Em época de campanha, assessorava juridicamente o então candidato e
atuou como secretário de Governo até 2006, quando já tinha mais de 80 anos.
"A outra opção é pior", costumava justificar Benjamin aos que
perguntavam o motivo pelo qual ainda continuava trabalhando. Da morte, queria
distância, e aos amigos íntimos revelava a expectativa de comemorar o
centenário. A jornada, no entanto, se encerrou antes. Aos 93 anos, Benjamin
morreu enquanto dormia em casa, na madrugada desta segunda-feira (1/4).
O amigo e advogado Everardo Ribeiro conta que, apesar da idade e das
sessões diárias de hemodiálise pelas quais Benjamin era submetido, a notícia o
pegou de surpresa. "Há poucos dias estive com ele. Parecia saudável e
estava todo risonho, lúcido, dono de si. Um amigo de longa data que tinha um
grande amor pela vida. Assim será lembrado", afirma. O advogado esteve ao
lado de Benjamin também na época em que ele foi condenado por improbidade
administrativa pela contratação milionária — ultrapassava R$ 4,5 milhões
— e sem licitação de uma consultoria (Instituto Euvaldo Lodi) para
elaborar o projeto do trem-bala que ligaria Brasília a Goiânia.
Durante a vida política, Benjamin se destacou ao lado do primo Joaquim
Roriz, sendo assessor jurídico e a principal pessoa de confiança do então chefe
do executivo. Antes de atuar em Brasília, foi secretário de Estado em Goiás e
rodou os quatro cantos do país na função de auditor fiscal da Receita Federal.
Durante toda a trajetória, também foi secretário-adjunto de Relações
Institucionais do GDF, assessor especial do governo Arruda e assessor da
presidência do conselho de administração do Banco de Brasília.
Uma das últimas aparições públicas do auditor aposentador foi justamente
no velório do primo, em setembro de 2018. De cadeira de rodas, como se
locomovia há aproximadamente dois anos, ele se despediu do ex-governador.
Benjamin tinha insuficiência nos rins, motivo pelo qual era submetido às
sessões de diálise. Ainda não se sabe a causa da morte.
Bruna Lima – Foto: Fabyana Mota/ON/D.A Press) –
Correio Braziliense
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