URBANISMO » Quadras 500 devem sair do papel. Instituto Brasília
Ambiental (Ibram) autorizou a construção de 22 prédios residenciais e seis
comerciais no Sudoeste - Região fica próxima ao Eixo Monumental e é alvo
de polêmicas
Alvo de polêmicas desde 2006, a construção de prédios na Quadra 500 do
Sudoeste, próximo ao Parque Ecológico das Sucupiras, foi autorizada pelo
Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Desde a aprovação do início das obras por
parte do órgão e do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF
(Conplan), a instalação do empreendimento de 22 prédios residenciais e seis
comerciais na região foi contestada diversas vezes na Justiça. Mesmo com a
licença ambiental concedida, a empresa responsável pelas obras ainda precisará
de uma autorização para supressão de vegetação, mais fácil de ser emitida pelo
instituto.
O superintendente de licenciamento ambiental do Ibram, Alisson Neves,
afirmou que a decisão ocorreu porque o órgão verificou que os questionamentos
apresentados pelos órgãos de fiscalização e controle “foram superados”. “O
instituto entendeu que não tinha mais por que manter (a suspensão da
autorização)”, explicou. Ele acrescentou que, agora, a expectativa gira em
torno do início dos trabalhos. “Uma coisa que ainda está condicionada para a
obra é a supressão da vegetação, pois há espécies nativas lá”, disse Alisson.
Os responsáveis pela companhia que instalará o empreendimento também
deverão apresentar estudos que passarão por avaliação do Ibram. Se todas as
exigências forem cumpridas, a autorização que falta será emitida. “Uma vez
aprovadas e calculados os impactos, a empresa terá de arcar com uma compensação
florestal. Ela é paga com uma garantia de recuperação da vegetação em outro
local ou nas redondezas da quadra”, detalhou o superintendente de licenciamento
ambiental do instituto. Além do requerimento, a construtora ainda precisará de
autorização da Administração Regional do Sudoeste.
A revogação da suspensão saiu na edição de 11 de março do Diário Oficial
do Distrito Federal e desagrada moradores do Sudoeste. Presidente da Associação
Parque Ecológico das Sucupiras, Fernando Lopes disse que o grupo organiza uma
mobilização. Ele relatou que a comunidade está apreensiva, principalmente
quanto à preservação do cerrado e aos possíveis efeitos no trânsito e na
infraestrutura. “A licença foi liberada há mais de 10 anos. O padrão de chuvas
e de tráfego está mudando. Não haverá novos estudos?”, questionou. “Teremos uma
reunião no Ibram na terça-feira. Não vamos parar de denunciar”, garantiu Lopes.
Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com a empresa
responsável pelas construções.
Jéssica Eufrásio – Foto: Breno Fortes – Correio Braziliense
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ÁGUA E MEIO AMBIENTE