Os nomes femininos do teatro -
Conheçam as mulheres homenageadas para identificar as salas de espetáculos
Dulcina de Moraes: vida dedicada
ao teatro e a formação em artes cênicas - Nascida no Rio de Janeiro, em
1908, Dulcina de Moraes foi uma mulher à frente de seu tempo. Desde pequena,
convivia com as artes. Filha de pais atores, a menina ainda cedo mostrou
interesse pelo teatro. Aos 15 anos, protagonizou a primeira peça dela, considerada
uma revelação.
Dulcina de Moraes é a eterna dama
do teatro brasileiro. “Atriz, diretora, produtora, visionária, professora,
ativista, revolucionária, desbravadora, altruísta, artista à frente do seu
tempo, exemplo”, descreve o professor da Universidade de Brasília João Antônio
Esteves.
Com grande talento e estilo
próprios, Dulcina destacou-se em inúmeras peças que interpretou, sendo
considerada uma das melhores atrizes da história do teatro brasileiro e
apresentou ao Brasil uma forma nacional de se fazer teatro.
“Dedicou grande parte de sua vida
a multiplicar e dividir seus ensinamentos, chegando a abandonar sua carreira de
atriz por vários anos para se dedicar à Fundação Brasileira de Teatro.
Lutou para dar respeitabilidade à nossa profissão. Enfim, devemos à Dulcina de
Moraes grande parte do que o Teatro Brasileiro é hoje.”, revela o professor.
Em Brasília, a atriz também teve
uma forte influência na consolidação da cena teatral brasiliense, além de ser
fundadora da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Conic. Neste mesmo local,
foi instalado o Teatro Dulcina.
Eva Herz nomeia o teatro
construído no Shopping Iguatemi - Eva Her é o nome que leva o teatro do
Shopping Iguatemi. No entanto, Eva nunca atuou diretamente na cena. Longe dos
holofotes e dos palcos, Eva Herz também tem sua contribuição para a cultura
nacional. Depois de deixar a Alemanha nazista, na iminência da Segunda Guerra
Mundial, Eva e sua família partiram rumo a São Paulo. A fim de melhorar as
finanças da família, Eva resolve abrir a Biblioteca Circulante, que emprestava
livros para os clientes.
Teatro Verônica Moreno - Nascida no Ceará, ainda jovem Verônica Moreno veio para Brasília movida
pela paixão às artes. Formada pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, Vevê,
como era carinhosamente chamada pelos alunos, tem história com a capital.
Atriz, diretora, professora, mãe, avó, palhaça e ativista cultural, ela
contagiava as pessoas em sua volta com a veia cômica e suas incríveis
gargalhadas.
Em Samambaia, a atriz montava
durante a semana santa, a Paixão de Cristo, desta vez com um diferencial, o
Cristo era negro. Ela encenou o espetáculo A paixão do Cristo negro em 18
edições. Assim, a atriz fez com que uma geração de jovens tomasse gosto pelas
artes cênicas e, hoje, muitos estão seguindo o mesmo caminho.
Verônica Moreno ganhou notoriedade
com a peça Ilhar, em que viveu a personagem Tonha, uma senhora nordestina
solitária. Com roteiro e direção de Paulo Russo, filho da atriz, o espetáculo
foi contemplado com o Prêmio de teatro Miriam Muniz, além de ganhar duas
categorias na 10ª Mostra Sesc de Teatro Candango. Sua última aparição nos
palcos ocorreu no espetáculo Que raio de professora sou eu?, em 2014, com
temporada no Teatro Goldoni. No ano seguinte, a atriz faleceu, aos 52
anos, após complicações decorrentes de uma cirurgia.
Mesmo com sua morte precoce, a
atriz deixou um grande legado na capital brasiliense. E assim, o Complexo
Cultural de Samambaia homenageou a grande mulher que foi Verônica Moreno e
nomeou a sala de espetáculos do complexo de Teatro Verônica Moreno.
O Teatro Yara Amaral é a maior
sala de espetáculos de Taguatinga - Teatro Yara Amaral -
Localizado em Taguatinga, o Teatro do Sesi é a maior sala de espetáculos
da região administrativa e nada mais justo nomeá-la de Teatro Yara Amaral. Nas
televisões, nos palcos e nos cinemas, a atriz Yara Amaral constituiu uma
carreira múltipla e sólida. Nascida em São Paulo, se iniciou cedo nos teatros.
Seis anos após se formar em artes dramáticas pela USP, Yara ganhou o primeiro
grande prêmio de interpretação, o Moliére de melhor atriz do ano, em 1970.
Após participar de novelas,
minisséries, filmes e peças teatrais, a atriz constituiu um longo currículo.
Infelizmente, precocemente, aos 52 anos, ela faleceu devido a um afogamento
provocado pelo naufrágio do barco Bateau Moche, na Baía da Guanabara, no Rio de
Janeiro. Mesmo após sua morte, Yara Amaral é frequentemente lembrada por
integrantes das cênicas e é sempre eternizada pelos amigos, fãs e colegas de
trabalho.
Por Geovana Melo* ~ * Estagiária sob supervisão de Severino Francisco Fotos:
Arquivo/CB/D.A.Press – Kleber Lima/CB/D.A.Press – Correio Braziliense