Rodoviária
*Por Circe Cunha
Praticamente
todos os governos que vieram a assumir o comando do Distrito Federal, depois da
chamada maioridade política, trataram, a seu modo, de realizar algum tipo de
reforma na Rodoviária do Plano Piloto. Algumas dessas reformas, na verdade, não
foram muito além da maquiagem superficial do local, com a realização de
pintura, limpeza dos azulejos, modernização de banheiros e outras remodelações
para conferir um mínimo de apresentação desse que é o ponto central da cidade,
visto por todos que aqui residem ou estão de passagem.
Dentro do
projeto de concepção de Brasília, a Rodoviária ocupou, desde logo, o ponto
central para onde convergiriam todos os eixos traçados no desenho original e de
onde partiriam essas mesmas linhas que formariam o desenho característico do
“pássaro” de asas abertas no sentido Norte Sul. Nesse sentido, a Rodoviária
seria, na concepção do urbanista Lucio Costa, o ponto inicial ou marco zero da
capital ou, como afirmou em sua biografia, “o gesto primário de quem assinala
um lugar e dele toma posse.”
No início
dos anos sessenta, era o local de peregrinação e de passeio para os primeiros
moradores das Asas Sul e Norte. No mezanino que corta em sentido transversal
toda essa estação, havia, naqueles longínquos tempos, uma agência dos Correios
e Telégrafos, uma estação telefônica de onde eram realizadas todas as chamadas
interurbanas para os mais distantes pontos do país, uma pequena lojinha de
suvenir e um charmoso restaurante, frequentado pela gente elegante aos
domingos. Era o ponto central da capital nos fins de semana.
Com o
crescimento da cidade, a Rodoviária, embora tenha pedido um pouco dessa
freguesia candanga para a W3 Sul, ainda mantinha seu charme e era ponto de
encontro das pessoas na cidade. Infelizmente, o inchaço populacional, provocado
diretamente pelo processo de emancipação política da capital nos fins dos anos
oitenta, desfigurou completamente essa estação, que passou a ser sobrecarregada
de veículos e pessoas.
Com isso,
as plataformas inferiores foram invadidas por dezenas de instalações comerciais
improvisadas, transformando-se numa verdadeira feira ao ar livre, onde se vende
e compra de tudo, de comida a vestuário. Hoje o local é o retrato do descaso,
sujo, com maus odores frequentes, perigoso e extremamente decadente.
Quando a
noite cai, seus arredores são tomados por viciados, mendigos e menores de rua,
o que faz do local um risco para qualquer um. Seis décadas depois de sua
construção, a Rodoviária do Plano Piloto é tudo o que seu criador sonhou que
não existiria na nova capital, um local pensado para ser a casa do homem novo,
de um novo país, mas que ainda reflete os problemas de um velho Brasil, triste
e desigual.
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A frase
que foi pronunciada: “Pensar é o trabalho mais difícil que existe.
Talvez por isso, tão poucos se dediquem a ele” (Henry Ford
empreendedor e engenheiro mecânico estadunidense)
Volta
Foram
os próprios alunos da 5ª série do Colégio Marista da Asa Sul que conseguiram
reduzir em 80% o uso de copos descartáveis. A escola espalhou mais bebedouros e
o resultado foi mais que positivo. As crianças voltam a usar os antigos copos
retráteis
Voto
já
Talvez os ouvidos moucos da Câmara Legislativa deem mais força ao
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE. A Mesa da Câmara retirou da
pauta o Projeto de Resolução nº61 de 2018, que permite a coleta de subscrições
digitais ou eletrônicas em projetos de lei de iniciativa popular. A cobrança é
do MCCE, o mesmo que conquistou, pela vontade dos assinantes, a Lei Contra a
Compra de Votos (Lei no 9840 de 1999) e a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar
no 135 de 2010).
Não se
procura emprego
É preciso saber se a taxa de desemprego alcança a
população que não quer trabalhar porque vive às custas do Bolsa Família. Uma
observação importante se dá no Paranoá, Santa Maria, Ceilândia. Basta dar uma
volta no dia de semana à tarde pelas principais avenidas. Adolescentes e
mulheres passeando, no parque, nas praças.
Para
meditar
Por falar nisso, esses projetos tidos como sociais que dão
imóveis precisam ser revistos com urgência. Os imóveis, apesar da proibição,
são vendidos. Correto seria o governo cobrar um aluguel de valor proporcional à
renda da família. Assim a propriedade seria do governo. Arruaças, drogas, ou
qualquer prática ilícita seria motivo para ser declarado despejo imediato.
Casa da
mãe Joana
De repente, deputados federais resolveram colocar placas nos
corredores da Casa marcando o gabinete como “Rua Marielle”, “Lula Livre”,
“Marginal Lula”, “Tá preso babaca”, “Avenida Operação Lava Jato”. A diretoria
geral explicou que apenas a Comunicação Social da Casa autoriza a fixação de
placas. Algumas já foram retiradas.
Divas: Gloria
Menezes e Fernanda Montenegro estão internadas.
(*) Circe
Cunha “Coluna Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha - Fotos: Marcello Casal
Jr/Agência Brasil - Getty Images -
brasiliainfoconews.com.br - Banner: mcce.org.br - Charge do Sizar, reproduzida
do Arquivo Google - Antonio Cunha/CB/D.A Press - Reprodução/Instagram
(ultimosegundo.ig.com.br) – Divulgação – Correio Braziliense
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