Crime da
113 Sul: Adriana Villela vai a júri popular em setembro. Ela é acusada pelo
MPDFT de ser a mandante do assassinato dos pais e da empregada da família.
Crime ocorreu em agosto de 2009
restes a completar 10 anos, o triplo homicídio da 113 Sul parece finalmente caminhar
para um desfecho. Apontada pelo Ministério Público do DF e Territórios como
mandante do crime, a arquiteta Adriana Villela (foto
em destaque) será levada a júri popular nos dias 23, 24, 25, 26 e 27 de
setembro, conforme consta no sistema do Tribunal de Justiça do DF e dos
Territórios (TJDFT). Segundo o MPDFT, há provas de que partiu dela a ordem para
assassinar os próprios pais: o ministro aposentado do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela. A empregada
do casal, Francisca Nascimento Silva, também foi morta. Todos foram executados
a facadas em 28 de agosto de 2009.
Adriana, que sempre negou as acusações, foi
denunciada pela Promotoria de Justiça Criminal pela prática do triplo homicídio
qualificado: por motivo torpe, emprego de meio cruel e de forma a
impossibilitar a defesa das vítimas. Em fevereiro deste ano, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou
que ela fosse julgada pelo Tribunal do Júri de Brasília, mas os advogados da
arquiteta sempre procuravam um meio de recorrer da sentença.
Por 4 votos a 1, os ministros rejeitaram o recurso
da defesa contra decisão do TJDFT que reconheceu supostos indícios da
participação de Adriana na morte dos seus pais.
Defensor da acusada, Marcelo Turbay confirmou o
júri para setembro e chamou a medida de “precipitada”. “Ainda há questões
jurídicas pendentes de análise nos tribunais e que são fundamentais para o
julgamento. De qualquer forma, seguimos confiando na Justiça e convictos da
inocência da Adriana”, declarou.
Caso em aberto: Segundo as investigações, o ex-ministro teria chegado ao apartamento por
volta das 19h20 e encontrado Francisca amarrada na sala. Na sequência, foi
imobilizado. Cerca de 30 minutos depois, Maria Villela entrou no imóvel e
recebeu 12 facadas. José Guilherme foi golpeado 38 vezes. Já o corpo de
Francisca apresentava 23 perfurações. As vítimas só foram encontradas três dias
depois, pela neta do casal, que estranhou a falta de notícias dos avós.
Três acusados já foram condenados pelo assassinato
e cumprem pena na Papuda: Francisco Mairlon Barros Aguiar, ex-entregador de
gás, Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio, e Paulo Cardoso, sobrinho de
Leonardo. Este último foi recambiado para o presídio de Montalvânia (MG), pois
respondia por outro delito no município mineiro.
Em agosto de 2018, o Metrópoles entrevistou
Francisco Mairlon na Papuda. Ele disse ser inocente e que foi torturado
psicologicamente pela polícia para confessar sua participação no crime
Trapalhadas na investigação: As investigações do crime da 113 Sul foram marcadas
por trapalhadas e erros. Em 19 de julho de 2018, o GDF cassou a
aposentadoria de R$ 16 mil da delegada Martha Vargas, a primeira a presidir o
inquérito do caso. Ela foi condenada, em segunda instância, a 16 anos de prisão
por ter plantado provas com o objetivo de incriminar três homens sem relação
com o triplo homicídio.
Durante a fase de inquérito do crime, Martha recorreu a uma vidente para
anunciar a elucidação do caso. A paranormal Rosa Maria Jaques contou ter visto
uma foto de José Guilherme num jornal e que o morto teria piscado para ela,
indicando os responsáveis pela tragédia.
Com auxílio da líder espiritual, a então delegada
prendeu três suspeitos em Vicente Pires e apontou como prova principal uma
chave do apartamento dos Villela que estaria em posse do trio. Para obter a
confissão de Alex Peterson Soares, Rami Jalau Kalout e Cláudio Brandão, Martha
e parte de sua equipe teriam torturado os três.
No entanto, dias depois, laudo do Instituto de
Criminalística (IC) revelou que a chave apreendida era exatamente a mesma
recolhida pela própria Polícia Civil na cena do triplo homicídio. Diante da
denúncia em relação à prova plantada, Martha pediu afastamento da investigação
e o caso passou a ser conduzido pela Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida).
Por Eric
Zambon – Foto: Reprodução - Metrópoles
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JUSTIÇA