O governador em exercício, Pacco
Bitto, visitou ontem a Rodoviária: corrida para concluir as obras no prazo
*Por
Alexandre de Paula
Obra começa no fim de semana.Prazo para a conclusão da
reforma no terminal do Plano Piloto é de 90 dias, com previsão de R$ 6 milhões
de custo. Contrato emergencial está avançado, segundo o Executivo local, para
garantir o início rápido dos reparos
As obras na Rodoviária do Plano Piloto,
parcialmente interditada desde a semana passada por risco de desabamento, terão
início no fim de semana, segundo o secretário de Obras, Izídio Santos. O
primeiro passo para os reparos, como explicou o secretário em visita técnica ao
local, será a demolição da cobertura das laterais da plataforma superior para
ter acesso às vigas da estrutura interna que precisam de reforço.
O governador em exercício, Paco
Britto (Avante), reforçou que a previsão é de que a intervenção seja concluída
em setembro. Izídio, porém, destacou que o prazo estimado — de 90 dias —
pode ser reduzido. “As nossas primeiras conclusões indicam que o tempo tende a
ser menor do que isso, mas, por enquanto, continuamos mantendo esse prazo”,
explicou. “Logicamente, nós vamos trabalhar para diminui-lo”, completou.
A primeira estimativa do GDF é de
que as obras na Rodoviária custem cerca de R$ 6 milhões. O contrato para a
reforma será emergencial, sem precisar passar por todos os trâmites
burocráticos de uma licitação comum. O governo não deu detalhes da contratação,
mas Izídio garantiu que a negociação e as análises estão avançadas. “A Novacap
está finalizando todos os estudos, não está totalmente definido, mas estamos
avançando para conseguir começar a obra no fim de semana”, declarou. O
secretário de Obras acrescentou que o governo está em contato com órgãos de
controle, como o Tribunal de Contas do DF, para evitar problemas e
irregularidades no contrato. “Estamos trabalhando juntos para buscar consenso.”
Transtornos
Para quem precisa usar o terminal
do Plano Piloto todos os dias, a interdição na plataforma superior gerou alguns
transtornos, como dificuldades maiores para pegar os ônibus que costumavam
circular no local. O vice-governador Paco Britto destacou a importância da
obra, mesmo com os problemas que atingem a população. “Todos nós temos de dar a
nossa parcela de sacrifício, e o governo agiu rápido para resolver uma questão
que vem de períodos anteriores”, justificou.
A auxiliar de limpeza Cristina
Lima, 29 anos, passa pela Rodoviária todos os dias e sentiu o impacto das
alterações. Ela precisa utilizar o transporte público a fim de voltar para
casa, em Planaltina. “Mudou muita coisa na nossa rotina. Os ônibus não passam
no mesmo lugar, tem sido difícil, mas as obras são necessárias”, comentou. A
demora para cuidar dos problemas do terminal é uma das reclamações da estudante
de engenharia ambiental Ester de Araújo, 19. “Fico chateada por qualquer reparo
sempre ter de ser emergencial, sem planejamento. Existe um descaso em relação à
estrutura daqui”, criticou.
Desde quarta-feira da semana
passada, nenhum carro pode circular no sentido norte-sul, entre o Conjunto
Nacional e o Conic. No sentido sul-norte, o tráfego está proibido para veículos
pesados. Técnicos do governo identificaram um agravamento do problema. Fissuras
de 0,5cm triplicaram de tamanho. “Temos um laudo indicando que, se as fissuras
chegassem a 0,7cm, haveria um grande risco de desmoronamento. Para preservar a
população, vamos interditar um dos trechos imediatamente”, explicou Ibaneis
Rocha, quando anunciou a decisão.
(*) Alexandre de Paula – Fotos:
Renato Alves/Agência Brasília – Correio Braziliense