A vida é bela
*Por Ana Dubeux
Mães e filhos brincando, casais brindando, amigos celebrando, o amanhecer de todo dia, o pôr do sol mais lindo da nossa cidade, flores, plantas, travessuras dos animais, sorriso de criança. Nada mais bem-vindo do que o mundo “poliana” do Instagram. E não vai aqui nenhuma espécie de ironia. Falo com a mais séria convicção de que a vida retratada na rede social de fotografias e vídeos via celular tem aquilo que as pessoas costumam procurar – e não encontrar – nos jornais e em outros veículos de mídia.
De fato, não é função da imprensa retratar apenas a
vida cor-de-rosa. É preciso aqui nas páginas mostrar a realidade nua e crua,
embora não só isso. Caso contrário, viramos robôs, todos desatentos às
injustiças, aos casos de corrupção, à violência. O Instagram, por sua vez, é
outro tipo de diário. Ali, estão pessoas cheias de boas intenções, sedentas por
compartilhar o que têm de melhor. Para alguns, pode até soar um pouco forçado.
Mas até a intenção de pintar um jardim mais colorido que o do vizinho é válida,
afinal isso motiva os outros a tornar a própria rotina um pouco mais leve,
brincalhona, diversificada.
Não é a primeira vez que falo aqui dessa feliz
iniciativa do Instagram. Por meio dele, as pessoas estão descobrindo, por
exemplo, uma nova Brasília. Estão vendo e divulgando espaços, feiras, pontos de
cultura. Estão mostrando uma capital lindíssima e não é pouca gente que relata
estar, por meio desse instrumento, redescobrindo a capital, sua arquitetura,
seus canteiros, até pouco tempo tão banais aos nossos olhos.
Recentemente, o Correio voltou a convocar a
população a fotografar os ipês roxos/rosas usando a hashtag #MissãoIpêCB. Foi
impressionante a adesão e a disposição de todos em participar. A qualquer hora,
era possível flagrar as pessoas parando os carros e sacando o celular para
tentar um ângulo inusitado do nosso verde. Transplantar essa inspiração para o
jornal também ajudou a fazer um jornalismo menos árido, certamente.
Afinal, para o brasiliense, um ipê florido é uma
pausa no caminho; é uma vontade irresistível de sacar um celular para fazer a
foto que se repete tantas vezes e consegue ser tão diferente; é um descanso
para a vista; é uma surpresa em plena seca. Nada mais natural do que
considerá-lo um patrimônio natural, imaterial e afetivo de todos nós. Na
próxima floração, a dos ipês-amarelos, vamos retomar a campanha. Nenhum outro
elemento urbano é tão característico da capital quanto este nem tão festejado
quando aparece.
Além das campanhas como esta dos ipês, também
publicamos diariamente na conta do Instagram do jornal, o Correio.Braziliense,
flagrantes bem-humorados, poéticos e sensíveis, feitos pelos nossos
profissionais. Compartilhadas assim, as imagens do cotidiano de Brasília criam
uma nuvem positiva, capaz de dar um empurrãozinho em cada um, criando um efeito
dominó de boas coisas, de boas intenções, das quais tanto precisamos. Ou você
não precisa?
(*) Ana Dubeux – Editora–Chefe do Correio
Braziliense - Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A-Press - Fernanda Michell –
Ilustração: Blog-Google
Tags
VARIEDADES