O patriarca que viu Brasília nascer - (Osório Adriano e
sua Silvinha)
*Por Jane Godoy
Em Uberaba, onde nasceu, em 10 de julho de 1929, foi moldado o caráter e
a educação do jovem Osório Adriano Filho.
O pai, cujo nome carregou e honrou por toda a vida, além de educador
severo e empenhado na tarefa de emprestar ao mundo um verdadeiro cidadão, teve
a alegria de assistir à evolução do filho, ao lado de dona Maria Sabina da
Silva, sua companheira nos cuidados com a formação da família. Graças à bagagem
que carregou por toda a vida pessoal e profissional, uma carga genética digna
das tradicionais famílias mineiras, o menino Osório Filho chegou onde sonhava:
o ápice de sua carreira.
Formou-se em engenharia civil pela Universidade de Miami, Flórida, nos
Estados Unidos, na década de 1950.
JK cumpriu o sonho de Dom Bosco, a Constituição Federal e o prometido ao
Toninho da Farmácia, que fez a pergunta que mudou o rumo do Brasil, durante um
comício na cidade goiana de Jataí. Respondeu que faria, sim, a transferência da
capital do Brasil, do Rio de Janeiro, “para outra localidade”, cumprindo o
artigo da Constituição de 1946, que determinava a transferência da capital, mas
não definia data para a conclusão dos trabalhos.
Foi aí que entrou o pioneiro, o jovem idealista Osório Adriano Filho,
que, deixando de voltar para o exterior para terminar seus estudos
pós-universidade, optou por atender ao convite feito e chegar ao ainda árido
Planalto Central “de mala e cuia”.
O engenheiro civil, de mangas arregaçadas para participar da construção
da nova capital, enfrentou muita luta, muito trabalho e sacrifício, em meio à
poeira e ao barulho dos tratores, escavadeiras, canteiros de obras, pranchetas,
plantas baixas e elevações arquitetônicas. Não parou mais. Transitou em todos
os órgãos, sindicatos, federações, conselhos, associações, comissões, até que
chegou à política.
Empresário de sucesso, em 1985 foi um dos fundadores do Partido da
Frente Liberal (PFL) em Brasília, tornando-se também presidente do diretório
regional do partido.
Em 1990 foi eleito deputado federal pelo Distrito Federal levando
consigo, desde o início de sua vida pública, uma bagagem importante e marcante
para uma carreira política.
Ao lado de Sílvia Rita Naves Adriano, a pequena Silvinha, com quem teve
três filhos, Osório Adriano Neto, Maria Teresa e o saudoso Fernando, o
patriarca chegou aos bem-vividos 90 anos de idade, com o mesmo amor ao
trabalho, dinamismo e a lucidez de um homem que fez da vida o seu campo de
batalha, onde as derrotas serviram de reforço para continuar na luta, deixando
prevalecer as vitórias e a certeza de que tudo, em todos os tempos e em todos
os lugares por onde passou fez cada percalço, cada passo valer a pena.
Aqui registramos a homenagem e o respeito desta coluna que, seguindo seu
exemplo, nutre por esta cidade que Osório Adriano Filho ajudou a construir o
maior amor do mundo.
(*) Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Foto: Edy Amaro/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense