José Rui Carneiro - Candidato à vaga de
desembargador do TJDFT destinada à advocacia
Qual deve ser o papel de um magistrado oriundo da
advocacia?
O papel é oxigenar o Tribunal com a visão adquirida
no dia a dia da advocacia. O exercício da profissão confere essa capacidade de
se colocar no lugar do outro, confere sensibilidade em relação ao litígio e
sensibilidade em relação às causas. Essa experiência facilita um olhar
igualitário sobre os dois lados e a busca por uma decisão sempre mais justa
Qual é a sua opinião sobre a lei de abuso de
autoridade como foi aprovada no Congresso?
O exercício do poder por todas as autoridades está
necessariamente submetida pelos limites da lei, mas a liberdade do exercício
jurisdicional precisa ser garantida, sob pena de enfraquecimento do Poder
Judiciário e da própria democracia. Eu acho prudente aguardar os vetos e a
posição do Congresso quantos a esses vetos para emitir opinião sobre o texto
definitivo.
Por que se considera apto a exercer a magistratura?
Depois de 39 anos de advocacia, eu adquiri o
conhecimento e a experiência necessários para julgar os processos. A
experiência, o conhecimento e a serenidade que consegui são fatores
determinantes para uma correta prestação jurisdicional.
Há uma série de questionamentos e polêmicas
atualmente sobre a atuação da Justiça no Brasil. Como o senhor avalia esse
ambiente?
Nos últimos anos, por uma série de razões, o Poder
Judiciário foi alçado a uma posição de protagonismo na vida nacional. Por causa
dessa posição, decorre naturalmente o questionamento público em relação às
atividades do Judiciário, mas o balanço das respostas do Judiciário eu
considero altamente positivo.
Fala-se muito que o Brasil passa por um momento em
que a democracia está ameaçada diante de tanta polarização... O senhor acredita
nisso? E de que maneira a Justiça pode ajudar nesse sentido?
Quando dois lados divergem, deve-se buscar o
caminho justo, correto, o caminho do Judiciário. Daí o papel imprescindível do
Justiça em tempos de polarização, observando que sempre todos estão iguais.
Mas, particularmente, não acredito que a democracia esteja em perigo. As nossas
instituições são sólidas.
2.041 votos na consulta feita aos advogados 10,18% dos votos válidos - (Vídeo)
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