Francisco Araújo: (As Upas) estão com escala de médicos completa,
abastecimento de medicamento e todas foram reformadas
Promessa de construção de mais seis Unidades de Pronto Atendimento
(UPA), possibilidades de ampliação do modelo implementado no Instituto Hospital
de Base e carências de médicos no Distrito Federal. Esses temas foram tratados
pelo presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF, Francisco
Araújo, em entrevista ao CB.Poder, programa da TV Brasília em parceria com o
Correio. Para ele, os principais problemas da saúde pública na capital não são
financeiros, mas sim, administrativos, dificuldades que começaram há anos.
Mesmo quando afirma que “a população sempre tem razão” nas críticas, Francisco
discorda que há falta de profissionais da saúde nas UPAs. “Elas estão com
escala de médicos completa, abastecimento de medicamento e todas foram
reformadas”, avaliou.
Quais os principais gargalos da saúde no DF hoje e quando vamos sentir
uma melhora?
A melhora, pouco a pouco, nós já estamos imprimindo. Estamos
implementando um modelo de trabalho dentro do sistema de saúde do DF. Nós temos
a atenção primária, a atenção secundária e terciária de saúde. O DF tem rede de
saúde muito grande, com capacidade instalada maior ainda, que atende uma
demanda de todos os lugares do Brasil, principalmente do Entorno. O Instituto
de Gestão, este ano, reformou seis UPAs que estavam desabilitadas. Todas foram
abastecidas de medicamentos e insumos. Contratamos, de fevereiro para cá, mais
de 2.500 pessoas, dentre médicos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem.
Há reclamação da população sobre a falta de médico nas UPAs
em funcionamento. O que dizer aos pacientes?
Eu desconheço completamente essa reclamação. Todas as seis UPAs do
Distrito Federal hoje estão atendendo à Portaria do Ministério da Saúde. Estão
com escala de médicos completa, abastecimento de medicamento e todas foram
reformadas. Mas, evidentemente, a saúde é uma rede e ninguém é mágico. O DF
ficou muitos anos sem trabalhar a prevenção, por exemplo. Quando a população
adoece, é porque a educação de saúde não foi feita. Estamos integrando esforços
para trabalhar a prevenção. A população tem sempre razão, mas também tem que
entender que os médicos têm um limite de atendimentos por dia, não dão conta de
todos.
Serão construídas mais UPAs? Quando?
Reformamos todas as seis UPAs do DF e vamos construir mais seis, em
Brazlândia, Ceilândia, Vicente Pires, Riacho Fundo II, Gama e Paranoá. Elas já
têm os recursos garantidos. O edital de construção será lançado ao mercado nos
próximos 15 dias.
O problema da saúde do Distrito Federal é financeiro?
Não. Brasília tem 600 equipes de saúde da família, uma universidade, um
hemocentro, a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) e 16
hospitais. O orçamento é de R$ 8,5 bilhões. Só a folha (de pagamento) da
Secretaria de Saúde é de R$ 6,5 milhões. No mundo, não há um lugar com
capacidade instalada tão grande. Mas, ao longo dos anos, o desenho
administrativo foi feito para não funcionar.
Quais as diferenças do modelo de gestão do Instituto para a gestão da
Secretaria de Saúde?
A saúde tem três níveis de atenção, a primária, secundária e terciária,
que são os hospitais. Se a gente recebe alguém agora no hospital de base que
sofreu um acidente, tem que dar uma resposta imediata. Não pode faltar um
medicamento, um profissional. E isso é caro. E o DF passou muito tempo sem
fazer a prevenção. Não é à toa que, quando o Ibaneis assumiu, encontramos uma
fila de mais de 100 mil pessoas para fazer cirurgias. Até hoje, estamos
fechando mais de 40 mil cirurgias realizadas dentro da rede. (Vídeo)
Soluções e autogestão: A União Nacional das Instituições
de Autogestão em Saúde (Unidas/DF) promoverá o I Fórum de Autogestões em Saúde
do DF. De acordo com o superintendente da Unidas/DF, Marcus Vinicius Willmann
Saar de Carvalho, a ideia é mobilizar os diversos setores do mercado para
pensar soluções para questões, como o barateamento dos planos de saúde. “Este é
o primeiro Fórum de vários que virão e será para discutirmos os novos modelos
da saúde privada com as operadoras de autogestão”, explica. O Fórum ocorre
hoje, das 9h às 18h, no auditório da Procuradoria-Geral da Justiça Militar
(PGJM).
CB.Poder – Foto: Ana Rayssa/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
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Saúde