Melanoma ocular que vitimou Roberto Leal está entre os tipos mais
devastadores de câncer.
O cantor
português Roberto Leal faleceu, ontem (15), de insuficiência renal em
decorrência de complicações relacionadas ao tratamento de um câncer no olho que
já enfrentava há dois anos. Ele foi vítima de um melanoma ocular, tumor maligno
que pode atingir diferentes estruturas dos olhos, desde as pálpebras até
estruturas internas, como a íris.
O câncer
é a segunda principal causa de morte no país, atrás apenas das doenças
cardiovasculares. “Entre os tipos mais devastadores está o câncer ocular,
principalmente quando diagnosticado em fases avançadas. Por isso, estar atento
aos sintomas e detectar a doença precocemente pode salvar a vida”, diz o
oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.
Segundo o
médico, quanto antes detectar a doença, maiores serão as chances de cura e
menor o risco de metástase. No caso do melanoma de coroide, por exemplo, 25%
dos pacientes desenvolvem metástase e, destes, quase 100% não sobrevivem.
Os
sintomas mais comuns são dor nos olhos, sombras na vista, pintas pretas na
conjuntiva e na íris, flashes luminosos, redução da capacidade visual e pupila
branca nas fotos.
O
melanoma é mais frequente em adultos e ocorre tanto na úvea, porção interna do
globo ocular que se compõe da íris, do corpo ciliar e da coroide, como na
conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho e a superfície interna
das pálpebras. O diagnóstico é feito por exames que fazem o mapeamento da
retina e ultrassonografia.
O
tratamento mais utilizado quando o tumor é pequeno ou médio é o laser ou a
braquiterapia, que consiste em aplicar radiação apenas no local do tumor. “O
problema é que a radiação prejudica os vasos sanguíneos e os nervos na parte de
trás do olho, muitas vezes afetando a visão”, explica Hilton Medeiros. Para
tumores grandes, geralmente é preciso remover o olho afetado e colocar uma
prótese.
Nas crianças
é mais comum o retinoblastoma, tumor originário das células da retina, que é a
membrana do olho sensível à luz. Na maioria dos casos, acomete crianças de até
cinco anos de idade. Se for hereditário, a criança corre o risco de desenvolver
o tumor nos dois olhos. O não hereditário costuma ser causado pelo
desenvolvimento anormal da retina na infância e, em geral, acomete apenas um
olho.
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Saúde