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Fernando Leite: “Governo não acontece no Palácio do Buriti, acontece nas cidades”


Fernando Leite: “Governo não acontece no Palácio do Buriti, acontece nas cidades”. Secretário das Cidades é o entrevistado da semana pela Agência Brasília. 

Responsável por gerir o trabalho das administrações regionais, a pasta articula programas como o GDF Presente e o Feira Legal, Leite tem 12 anos de experiência acumulada à frente da Caesb e agora encara a administração direta para coordenar as 33 administrações regionais

“Um governo não acontece no Palácio do Buriti. Ele acontece nas cidades, que é onde as pessoas moram, estudam, trabalham.” Assim entende Fernando Leite, secretário-executivo das Cidades desde novembro de 2019. O engenheiro, com 12 anos de experiência acumulada à frente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), agora encara a administração direta para coordenar as 33 administrações regionais do Distrito Federal. É a pasta que conduz o GDF Presente e o Feira Legal, dois programas permanentes que visam mudar a realidade nas cidades. Em entrevista à Agência Brasília, o titular da pasta detalha as atribuições e desafios do gerenciamento. 

O que faz a Secretaria das Cidades? A Secretaria das Cidades é um órgão executivo. Não tem orçamento e não faz obra diretamente. Nossa proposta é fazer a gestão das cidades. Nós temos 33 regiões administrativas e fazemos com que elas aconteçam. Um governo não acontece no Palácio do Buriti, acontece nas cidades, que é onde as pessoas moram, estudam, trabalham. 

Como funciona o trabalho de fortalecer a articulação das administrações regionais com os outros órgãos do GDF? A articulação é o trabalho principal da secretaria. Todas as administrações têm demandas na área social, na área de infraestrutura, na área de recursos. O administrador tem que trazer a demanda. Aqui, as equipes fazem a análise crítica e encaminham aos órgãos específicos, como Novacap, CEB, Caesb, Secretaria de Obras, Saúde, Educação. O papel principal é fazer essa grande articulação para fazer o governo acontecer onde ele precisa acontecer. 

Quais tipos de ações as administrações regionais podem fazer por conta própria? O administrador tem que funcionar como um grande prefeito: acompanhar se a cidade está funcionando, em tudo. Ele é o gestor local, está ouvindo as demandas da população. E vai trazer críticas e demandas para nós, que tratamos essa massa de informações e dá encaminhamento técnico, administrativo e político. Esse trabalho é da maior importância. Mesmo sem orçamento, a gente consegue levar o pleito adiante, acompanhar e verificar se atendeu a necessidade da população. 

O administrador tem que funcionar como um grande prefeito: acompanhar se a cidade está funcionando, em tudo. Ele é o gestor local, está ouvindo as demandas da população. E vai trazer críticas e demandas para nós, que tratamos essa massa de informações e dá encaminhamento técnico, administrativo e político. 

O GDF Presente acontece individualmente nas administrações regionais, mas de que forma é coordenado pela pasta? Acompanhamos a realização desse grande programa páreo e passo, sob a coordenação do nosso secretário de Governo, Zé Humberto. Nossa ideia é fazê-lo ainda mais eficiente em 2020. Queremos que o planejamento seja cada vez melhor. Para isso vamos ouvir mais as administrações, verificar críticas e sugestões da população, escutar a opinião dos órgãos executores, e melhorar. O objetivo-fim é satisfazer a população. 

Das atribuições do GDF Presente, quais as principais demandas atendidas? Há um aspecto sazonal disso. As maiores demandas do atual período envolvem buracos, poda de árvore, roçagem… problemas provocados pelas chuvas da época. Neste momento, que chove mais, é natural que apareçam mais buracos, que as árvores estejam mais sujeitas a quedas. Estamos mais atentos a isso neste momento, mas não significa que outras ações estejam paradas. 

O GDF Presente descentraliza as máquinas da Novacap para as administrações atuarem nos pontos de necessidade. Por que isso funciona? É um modelo muito inteligente. Ele foi concebido para que as máquinas fiquem situadas em regiões. Isso evita que uma máquina esteja ociosa em um ponto enquanto há necessidade de uso daquele equipamento em outro. Foram criados seis polos para atender mais rapidamente.onde precisa. Nesse momento, que há demandas de emergência, é possível atender logo. Essa solução é forma de otimizar recursos de máquinas, tempo, custo. 

Lançado em setembro passado, o programa Feira Legal tem o objetivo de fortalecer as feiras do DF. O que há de resultado dos primeiros meses em vigor? O Feira Legal é um programa fantástico porque é estruturante. Temos 28 feiras que, em sua maioria, estão em situação precária de instalações, de qualidade de atendimento, de infraestrutura. O objetivo é, primeiro, a regularização para dar segurança jurídica ao permissionário. Isso é a Feira Legal no sentido jurídico. Mais de 800 permissionários já foram recadastrados e, agora, acontece na Feira da Guariroba. Outro aspecto é tornar as feiras legais, na outra conotação. Que seja um ambiente para levar a família, porque feiras fazem parte da cultura de Brasília, que é um caldeirão cultural. Para isso, o governo pretende criar espaços interessantes. 

Criar espaços quer dizer revitalizar os que já existem ou fazer novos? As duas coisas. Temos 28 feiras e 33 cidades. O governo Ibaneis pretende, de acordo com a demanda, ampliar isso dentro do conceito moderno, cultural, social e politicamente correto. Estamos desenvolvendo projetos para melhoria das feiras, levantando os anseios, as críticas e as sugestões. Vamos ter projetos aprovados pelo governo, pelos feirantes e pela população, com modelos de consulta. 

Internamente, a pasta oferece capacitação para os administradores e servidores da secretaria e das administrações regionais. Há um previsto para janeiro. Qual o objetivo e os resultados previstos com a iniciativa? Os secretários que me antecederam tiveram essa preocupação de capacitar o quadro da secretaria e vamos dar sequência a isso. Dia 24 de janeiro, teremos um workshop de planejamento estratégico para uniformizar informações e, principalmente, elaborar o planejamento estratégico da secretaria, das administrações, da Rodoviária do Plano Piloto e do Parque da Cidade, para definir as prioridades porque o governo não tem tempo nem recurso para fazer tudo em um único ano.

Depois de anos comandando estatal, agora o senhor toma conta de uma pasta importante da administração pública direta. Qual é a diferença? A diferença é muito grande. Na empresa, o espaço entre planejamento e realização é bem mais curto que na administração direta que, por sua natureza, é mais burocratizada. Tem uma série de etapas a serem cumpridas, enquanto, lá, a realização depende do aval da diretoria. Outra diferença é a questão de ter recurso próprio. 

Qual é seu objetivo no Governo do Distrito Federal? Ser uma peça importante para que este governo entre para a história, como de excelência. Meu compromisso é pessoal com o governador Ibaneis de dar o máximo de mim, empregar toda a minha experiência nos longos anos de vida pública para trazer o mesmo sucesso que tivemos em outras situações. 

Na década de 1990, o senhor enfrentou a despoluição do Lago Paranoá. Agora, quais são os maiores desafios? Pôr do Sol/Sol Nascente e Arniqueira são cidades criadas pelo governo Ibaneis. Vamos trabalhar para fazer a transformação das duas cidades. Outro lugar de transformação é Vicente Pires, que ganha infraestrutura de primeiro mundo. Eu trabalhei na primeira rede de distribuição de água e saneamento da cidade e agora fazemos a urbanização. Do ponto de vista pessoal, é uma grande realização. 

Pôr do Sol/Sol Nascente e Arniqueira são cidades criadas pelo governo Ibaneis. Vamos trabalhar para fazer a transformação das duas cidades. Outro lugar de transformação é Vicente Pires, que ganha infraestrutura de primeiro mundo. 

O que podemos esperar para 2020? Queremos que a Secretaria das Cidades seja uma área 100% informatizada, automatizada, de inovação porque queremos levar isso a todas as feiras, à Rodoviária do Plano Piloto, ao Parque da Cidade e a todas as administrações. Queremos colocar nesse processo tecnologia e articulação. Vamos ter diálogo permanente e franco, equipes preparadas. Aqui vai haver uma grande transformação do ponto de vista tecnológico. Não faz sentido o cidadão ter que vir aqui para fazer reclamação, pedido, solicitação, pagar taxa. Isso já está em andamento. Temos parcerias importantes nessa área, como o BRB. Em 2020, já teremos grandes resultados.



Jéssica Antunes - Foto: Joel Rodrigues - Agência Brasília





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