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Celebração para Iemanjá


Celebração para Iemanjá

*Por Caroline Cintra

Brasilienses passaram pela Praça dos Orixás para celebrar do dia da Rainha do Mar

Uma festa para celebrar o Dia de Iemanjá — comemorado em 2 de fevereiro —, ontem, na Praça dos Orixás, movimentou a prainha brasiliense. A Festa das Águas reuniu uma programação destinada a contemplar as culturas tradicionais de matriz africanas negras e brasileiras e contou com a presença de diversos terreiros locais, grupos musicais, roda de capoeira e aulão de dança afro. Além de prestigiar a Rainha do Mar, o evento estendeu as homenagens para Oxum, ainha da água doce e dona dos rios e cachoeiras. Ela representa a sabedoria e o poder feminino.

O encontro integra o Circuito Candango de Culturas Populares, projeto idealizado pelo Instituto Rosa dos Ventos e fomentado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O objetivo é promover territórios culturais do DF, além de valorizar expressões culturais. Para a presidente do instituto e coordenadora do evento, Stéffanie Oliveira, a data é uma das mais importantes para a comunidade de cultura de matriz africana. “É um dia grandioso em que todas as casas de candomblé e todo o público voltado para elas saem para a rua. É algo nacional. No Brasil inteiro está reunido, todo o povo de umbanda e candomblé festeja Iemanjá”, disse.

O evento começou por volta das 9h, com a lavagem de Iemanjá. Um dos pontos altos da festa, o ritual celebra, purifica e abençoa o corpo, a alma e o ambiente, para promover a paz. O ato marca o início  da programação. A tradicional homenagem aos orixás das águas foi composta por integrantes de diferentes territórios do DF, como as baianas do Grupo Oyá Bagan, ponto de cultura contemplado, pelo GDF, com o Prêmio de Cultura e Cidadania.

Miriam Santos, 33 anos, frequenta os terreiros há 17. A tradição vem de família. Para ela, cada momento do evento é marcante, especialmente quando se apresenta como Iemanjá. “É uma emoção muito grande representá-la nesse dia. Eu gostaria que as pessoas conhecessem melhor esse evento, a nossa religião. Algumas ficam assustadas, mas não há nada aqui que assuste. É muita dedicação e amor. Aqui a gente vem em busca de paz e espiritualidade. Infelizmente, ainda tem muito preconceito”, afirma.

Emocionada, a representante de terreiro e uma das organizadoras do evento Adna Santos, conhecida como Mãe Baiana, ressalta que o ambiente é ideal para agradecer. “Estar aqui é falar para Iemanjá que estamos bem, com saúde e paz. Estamos dando retorno de nossas vidas para ela”, disse. Ela destaca que, este ano, todas as oferendas foram feitas em pratos e balaios de papel e folhas verdes. “Nossa missão é não degradar o meio ambiente. Estamos louvando as águas, sem agredir a natureza. Foi lindo. Tudo especial”, declara. (A.R.)

(*) Caroline Cintra – Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense



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