Desafio do farol
*Por Circe Cunha
Provavelmente, o presidente Jair
Bolsonaro conheça toda a trama nos bastidores criada pelo país asiático, para
seguir a vida visitando as pessoas de baixa renda e sentindo o drama do povo
brasileiro de perto. Por isso, para o chefe da Nação, que vê o dedo do
socialismo cada vez mais perto, ameaçando a liberdade do país com uma doença de
patente conhecida, vê a compra de rede de televisão, e o dinheiro correndo para
comprar o silêncio. Bolsonaro segue com sua teimosia para chamar a atenção em
primeiro lugar, do exagero de informações falsas entrelaçadas com verdadeiras.
Todas as mortes precisam ser anunciadas com as doenças pré-existentes nos
pacientes. Raramente, adotam essa prática. Pouco se comentou sobre general
Heleno, com mais de 70 anos, que está de volta à ativa, como prova de que o mal
não é do tamanho que desenham.
Quer o chefe do Executivo comandar
o combate à doença com racionalidade e apoio total da população. Disse que não
está incomodado com a popularidade, o que é um caso raro. Disse também que
outros países não são o Brasil. Aqui, tem temperatura e clima diferentes. Um
tempo enorme do horário nobre foi dedicado ao ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, para todos os esclarecimentos. Logo depois da fala, locutores
criticaram novamente o governo, deixando uma interrogação se estão do lado de
partidos ou dos brasileiros. Se há reclamações que o presidente confunde a
população, essa postura também confunde. Dezenas de minutos o ministro usou
para esclarecer as premissas sobre a doença. Quando acaba de falar,
criticam-no.
É importante que se reconheça a
equipe escolhida pelo presidente Bolsonaro, principalmente da Saúde e da
Economia. Estão sendo profissionais, apartidários e competentes como o povo
brasileiro merece. O ministro Mandetta prega o confinamento, mas os repórteres
que tanto criticam o presidente também estão nas ruas, registrando os fatos
para conhecimento da população. Jornalistas não podem parar, como não podem
parar médicos, padeiros, caixas de supermercados, lixeiros, carteiros, e
assim se estende à classe que sai às ruas. O presidente saiu também. Estava
trabalhando. Pela lupa, o confinamento não é total. Há os que se protegem e
protegem a população e há os que precisam trabalhar e tomam os cuidados
necessários para se proteger e proteger a população. Como dizia Clarice
Lispector: “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de
muito trabalho”.
Por tudo o que o presidente diz
acreditar, é ele o político mais exposto à crise de saúde pública. Tem tido
coragem e coerência para manter o que pensa e pelo visto reluta para mostrar verdadeiramente
para a população a história como ela é. É preciso que os brasileiros despertem
com inteligência, prudência e sabedoria para enfrentar essa guerra.
Em qualquer cenário alcançado pela
praga, o presidente será atingido. Se morrerem mais brasileiros por conta
unicamente da doença ou se a situação econômica ficar insustentável, em
quaisquer das hipóteses, seu governo precisará agir. Ao sair às ruas, Bolsonaro
sabe dessas variáveis e arrisca sua vida e a vida daqueles que o seguem nessa
cruzada em prol da saúde econômica do país. A bem da verdade, o presidente não
tem muita escolha nesse momento. Se não sai às ruas para tranquilizar a
população, prometendo à volta ao trabalho, a imprensa e a oposição caem em cima
dele. Se ficar recolhido no Palácio da Alvorada, o mesmo acontece.
O fato é que, enquanto o
presidente não encontrar um farol seguro de onde possa orientar a população a
chegar a um bom porto, parte da imprensa e da oposição não darão trégua. Há o
problema diplomático, mas quem torce pelo Brasil acredita que o alto desse farol
anunciará a solução a tempo de desviar o país da rota que compromete o bem mais
valioso de um povo: a liberdade.
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A frase que foi
pronunciada: “A verdade o libertará, mas primeiro o irritará.” (Joe Klaas, de Doze Passos para a Felicidade)
(*) Circe Cunha –
Coluna: “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense
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