Muita calma nessa
hora
*Por Ana Dubeux
O coronavírus
é mais um daqueles testes irrefutáveis de nossa capacidade de articulação,
gerenciamento, estratégia, logística, educação, solidariedade,
responsabilidade, resistência. Um importantíssimo exercício coletivo de
cidadania para a sobrevivência. Testa os governos, os organismos internacionais
de saúde e a população. Testa quem divide o transporte público com você, seu
colega de trabalho, seu familiar, quem senta ao seu lado no restaurante. Testa
o nível de consciência de cada um de nós e o grau de preparo de nossas
instituições.
Amadorismo não cabe numa guerra cujo inimigo é um vírus. Um passo em falso e ele derruba fronteiras e divisas, chegando a todos os cantos atingindo pessoas sem distinção. O coronavírus venceu essa etapa; tornou-se uma pandemia. Provavelmente alguém que você conhece será infectado. Rogamos que não esteja enquadrado em um grupo de risco. O que pesará é como reagimos, como pessoa e como sociedade, a uma ameaça de grandes proporções.
O coronavírus matará muitos – em muitos lugares diferentes. Se dizimará milhares ou se será controlado rapidamente, é algo que depende de medidas complexas, a serem tomadas pelos governantes, e de outras muito simples, como manter distância, evitar aglomerações, lavar as mãos – apesar de sabermos que este hábito de higiene tão simples desde sempre é negligenciado.
A economia mundial já foi afetada. Em escala mais local, comerciantes e prestadores de serviços terão seus estabelecimentos esvaziados. Alunos terão o ano letivo prejudicado. A saúde pública, tão sucateada, terá de lidar com uma situação anormal e gravíssima. Por tudo isso, é preciso manter o bom senso e a calma.
Não se pode pensar em política, tampouco em dividendos de qualquer sorte. Estamos falando de vida e de saúde, algo a que todos têm direito inalienável. É preciso que cada um faça sua parte. Pouco importa a leitura particular da situação. Quem está muito ou pouco preocupado tem que agir exatamente da mesma forma. Não se trata de ter opinião, mas de ter responsabilidade.
Portanto, siga à risca as orientações das autoridades de saúde. Não transmita fake news. Procure se informar com fontes confiáveis. Fuja de quem só vislumbra cliques e audiência barata. Pense naquele que não pode ser contaminado, como idosos, cardiopatas, doentes crônicos, crianças pequenas. Contribua para vivermos essa crise da maneira menos traumática possível. Unidos no mesmo propósito, de preservarmos uns aos outros, conseguiremos um escudo coletivo contra o coronavírus. A prevenção é o único caminho seguro neste momento.
(*) Ana Dubeux – Editora-Chefe do Correio Braziliense
– Foto/Ilustração: Blog - Google
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Saúde