*Por Victor Dornas
A convivência entre duas almas é uma arte. A convivência forçada
dessas almas numa pandemia é uma arte maior. O maior grupo de risco é o dos casados!
Manual de convivência domiciliar: Todo remédio para suprimir a
enfermidade funciona como um sistema de contrapeso, ou seja, enquanto se cura, por
exemplo, uma crise respiratória, se sobrecarregam, todavia, os ruins, ou o
fígado da pessoa. A quarentena é o remédio para conter a proliferação deste
serzinho indesejado chamado Sars (a doença que é covid-19), então assim como
qualquer remédio ela também impõe um ônus, no caso, uma convivência encarcerada,
forçada, odienta. Nisso o amor as vezes acaba e uma tensão se insurge como um mal
que em alguns casos pode ser mais danoso do que o próprio vírus. Além daquilo
que a medicina alerta sobre sedentarismo.
Neste momento me dirijo especialmente aos homens. Irmãos, guerreiros, percebam que por razões atávicas a mulher se tornou uma questão mais complexa,
não apenas na fisiologia. E também por atavismo nós normalmente nos
prontificamos a solucionar emergências ou aquilo que coloca o lar em perigo.
Neste momento de clausura, a ideia, caríssimos, é ceder. E ceder muito. Se ela
quiser ouvir Spice Girls o dia inteiro, entre no clima. Se ela preferir
assistir dramas na Netflix, aguente. Pense nisso não como um contratempo
imposto apenas, mas uma questão de honra. Faça por incumbência, em nome de nossos
ancestrais. Aguente firme pois o posto de curador do bem estar da moradia é
nosso e se a relação desanda num momento como este é sinal de que falhamos. A
paciência deve ser redobrada, o mal humor deixa de ser um direito. Estamos em guerra,
não contra o vírus, mas contra nossos impulsos mais viciosos.
Os mais sábios entendem que a dificuldade não existiria
se não pudesse também ser uma oportunidade de superação, do contrário não seria
uma dificuldade e sim uma fatalidade. Então, colegas, entendam o seguinte. Por
mais que vocês sigam essa breve nota de apoio, de soldado para soldado,
compreendam: Em algum momento a corda irá romper, por mais que haja esforço e dedicação.
E nessa hora, como último refúgio, tenha em mãos o coringa, a injeção de ânimo
que sempre funciona. O chocolate. E não qualquer chocolate. Compre um Lindt.
Valerá o custo.
O chocolate, tal como conhecemos, foi inventado por um homem
mais ou menos em 1870. Isso é uma questão de destino, meus caros. Ali foi
inventada a arma final para a emergência a dois. De homem para homem,
suplantando os séculos, se aperfeiçoando a arte, nós construímos um antídoto
para a nossa fraqueza em não compreender tão bem o funcionamento desta força da
natureza chamada mulher.
Use-o com sabedoria, dosando na quantidade certa.
Já dizia o síndico...
E Cientificamente comprovado, o bom humor é o único remédio
universal. Ajuda contra todos os males.
(*) Victor Dornas – Colunista do Blog do Chiquinho Dornas – Foto/Ilustração: Blog-Google