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VITÓRIAS DO GOVERNO SUFOCADAS - I (Coluna Victor Dornas)



Por Victor Dornas

Não por acaso, no jornalismo político a isenção é tratada como fábula. Ainda assim, esta coluna ao menos busca o equilíbrio, de modo que, embora críticas duras ao governo sejam feitas quando necessário há também a preocupação de que "coincidentemente" uma gestão que não protagoniza ainda nenhum escândalo de corrupção seja a mais fiscalizada e escrutinada de todos os tempos. E deve ser mesmo, porém com divulgação isonômica dos fatos e não com a seletividade que politiza indevidamente pautas que muitas vezes custam vidas.

Ontem o congresso finalmente aprovou a participação privada nas políticas e programas de saneamento no Brasil. Quem votou contra? Pra variar, apenas a esquerda. A justificativa? Que ainda é necessário muito debate, afinal de contas não há problema nenhum mantermos tantos lixões por aí, ou deixarmos as questões sanitárias com o monopólio estatal. “O privado também é corrupto!” Diz a esquerda. Sim, mas ironicamente, aqueles que se dizem progressistas no Brasil comumente são os mesmos que vetam os primeiros passos. “Vamos debater! Mais debate! Afinal isso não resolverá tudo!” É assim o modus operandi de gente que tem deficiência cognitiva severa que compromete qualquer resquício de pragmatismo ou tarimba de gestão pública e, ainda assim, se diz muito progressista. Os 100 mihões de brasileiros que serão beneficiados podem esperar o debate dos progressistas que vivem como nobres as custas do erário.

Na política esse fenômeno se repete bastante. A pessoa se diz uma coisa, contudo é o oposto. A esquerda se diz progressista, mas suportou os governos mais reacionários que este país já teve desde a redemocratização, com bancos cada vez mais ricos num sistema oligopolistas, redes de mídia usando a lei para impedir a entrada de novos concorrentes, etc, etc.

A vitória no congresso a despeito destes falsos progressistas será abafada pela grande mídia. Os motivos? Inúmeros. Mas o principal deles? Ricardo Salles.

A novelinha da Amazônia e os madeireiros inconsequentes vem rendendo ao Brasil uma série de pedidos de retaliação que podem nos prejudicar bastante. O Brasil ainda é um fazendão, porém com um agro bastante sofisticado, não graças ao PT que sempre tentou destruir a discussão na confecção dos códigos florestais. Há de tudo nessa questão. Países que competem conosco e usam essas pataquadas midiáticas e gente que de fato tem argumentos robustos sobre um aumento de queima na Amazônia. 

Nós não temos um presidente versado nas artes da diplomacia, como todos sabem. Além disso, com o domínio de narrativas ditas progressistas no mundo digital a mera eleição de alguém como Bolsonaro já é “per se” uma ogiva nuclear nas mãos de quem quer usar a politização identitária para sabotar negócios brasileiros. Um exemplo disso é que na gestão de Marina Silva, ainda no governo Lula, a queima de madeira na Amazônia era muito maior do que hoje, porém nada se falava a respeito.

O Brasil é um dos poucos países que teve o efeito nocivo do trancamento econômico provocado pela covid amortizado pelo sucesso das exportações agrícolas. Isso incomoda bastante. A questão da grande mídia agora é a seguinte: Se tivermos de fato uma série de retaliações que signifiquem prejuízos de bilhões, ou talvez trilhões, de quem será a culpa? Do Bolsonaro, claro, e de seu ministro Salles que foi grampeado pelos Advogados Supremos da Nação dizendo que queria deixar passar uma “boiada” nas regulações florestais sendo que, ironicamente, a questão pecuária é uma das mais controversas nessa discussão.

A culpa evidentemente não é do Bolsonaro e sim da própria grande mídia que finge ter qualquer pudor ou sensibilidade com os interesses nacionais e se ocupa apenas de fomentar guerras virtuais que vendem jornais e tentar reeleger alguém mais disposto ao diálogo (leia-se, financiamento público - $$$$$).

A vitória na discussão sobre o saneamento expõe falsos ecologistas e falsos progressistas que demonizam o empresariado agrícola para parasitarem o governo, ou conseguir uma grana com alguma organização não governamental, nacional ou internacional.

Na verdade, esses lixões retratam bem a cara do progressismo no Brasil. Pois bem, ainda que as privatizações sejam sempre desvirtuadas no Brasil para esquemas de conluio de parlamentares com grupelhos oligopolistas de empresários, há agora uma boa chance de muitos desses lixões desaparecerem, por isso a tristeza de muita gente por aí.

Falando em lixão, segue a lista de senadores que votaram contra. - Randolfe Rodrigues (Rede), Jaques Wagner (PT), Cid Gomes (PDT), Weverton Rocha (PDT), Veneziano Rêgo (PSB), Paulo Rocha (PT), Humberto Costa (PT), Jean Paul Prates (PT), Zenaide Maia (PROS), Paulo Paim (PT), Mecias de Jesus (Republicanos), Rogério Carvalho (PT).

Hora da faxina.




(*) Victor Dornas - Colunista do Blog Chiquinho Dornas ,fotos ilustração: Blog-Google


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