Dificuldades dos estados para
atenuar impactos econômicos da crise é tema de audiência pública no Senado
Em audiência
com secretários estaduais da fazenda, o senador Izalci Lucas questionou se
ajuda para os estados no período de pandemia está sendo suficiente
O questionamento foi feito em
audiência pública da comissão mista do Congresso Nacional, que acompanha as
medidas contra o coronavírus. Na reunião realizada nesta terça-feira (21), para
debater os impactos da pandemia nas finanças dos estados, os parlamentares
ouviram o Secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique
Meirelles, o Secretário de Estado da Fazenda do Piauí, Rafael Tajra Fonteles, a
Secretária de Estado da Economia de Goiás, Cristiane Alkmim Junqueira, e o
Secretário de Estado da Fazenda do Paraná, Rene de Oliveira Garcia Junior que
falaram sobre a situação fiscal e os repasses dos recursos destinados ao
combate do coronavírus.
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF)
lembrou as ações aprovadas pelo Congresso Nacional para atenuar os impactos da
crise na economia dos estados e Distrito Federal, entre elas o decreto de
calamidade pública, a PEC do Orçamento de Guerra e a Lei Complementar que
destinou diretamente aos Estados e Municípios cerca de 60 bilhões de reais,
suspendendo ainda débitos e adiando obrigações. Izalci perguntou aos convidados
se, além dessas medidas, havia mais alguma coisa que o Poder Legislativo
poderia fazer para ajudar os entes federativos nesse momento de dificuldade
econômica que estão enfrentando.
Segundo o Secretário de Estado de
Fazenda do Piauí, Rafael Tajra, o pacote aprovado é insuficiente para a grande
maioria dos estados e citou algumas soluções que poderiam para resolver os
problemas de todos, uma vez que eles diferem bastante de um estado para outro.
Tarja citou a rejeição de dois vetos. Um deles à Lei complementar 173/2020 no
que diz respeito às dívidas internacionais dos estados.
“Esse fator é bem relevante para
sete ou oito estados em que a principal componente da dívida é a internacional.
Temos ainda a lei 14007/2020 que destinou R$ 8.6 bilhões para amenizar os
impactos da pandemia, sendo metade para os estados e metade para os municípios.
Ela foi aprovada, mas teve o veto da presidência, então nós, pedimos também a
rejeição do veto dessa lei”, analisou.
Perdas para as regiões -Tajra
também citou o Fundo de Participação dos Municípios, avaliando que ele precisa
ser prorrogado porque as perdas do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos
Importados (IPI) devem se prolongar até o fim de ano. Segundo ele, essas perdas
serão muito relevantes para os estados do Norte e Nordeste. Para o Sul, Sudeste
e Centro-oeste, Rafael TaJra citou o PL 133/2020, do senador Wellington
Fagundes, que resolveria o acordo da lei Kandir e, que segundo destacou, é um
assunto já acordado e precisa ser aprovado.
O Secretário da Fazenda do Piauí
lembrou ainda a importância do pagamento de precatórios, que são dívidas que o
estado tem com algum ente particular. Ao concluir a resposta ao questionamento
do senador Izalci, Tarja considerou que esse é um tema urgente e relevante para
alguns estados.
“Então, são soluções relativamente
simples de matérias que já estão em andamento e que podem resolver de forma
global o problema de caixa dos estados este ano”, avaliou ele.
Distribuição de
recursos: Izalci Lucas destacou ainda os desdobramentos da Lei
Complementar nº 173, de 2020, para financiar ações de enfrentamento a COVID-19,
e cuja discussão no Congresso Nacional resultou em duas versões diferentes: uma
na Câmara dos Deputados e outra no Senado. Segundo relatou Izalci, alguns
Estados defendiam que o critério de distribuição buscasse repor as receitas
tributárias perdidas em razão das medidas sanitárias e essa visão prevaleceu na
Câmara dos Deputados.
O Senado, por sua vez, enfatizou o
senador, incluiu outras variáveis na distribuição de recursos, levando em conta
aspectos federativos e evitando a concentração de recursos entre os Estados do
eixo Sudeste-Sul.
“Essa foi a saída que terminou
acatada e, após dois meses do início da distribuição, tendo em conta a
realidade das finanças dos Estados, como vocês enxergam a Lei Complementar e o
montante de recursos envolvidos?”, perguntou o senador aos secretários.
Ao responder o questionamento de
Izalci, o Secretário da Fazenda do estado do Paraná disse que quando fizeram
essa alteração do projeto da Câmara dos Deputados indo para o Senado houve uma
mudança grande de conceito.
“A região Sul do país perdeu R$
3.8 bilhões em recursos. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
foram grandes deficitários em termos de ajuda. Vai ser necessário complemento
sem dúvida, principalmente para os municípios, alguns em caráter urgente”,
disse Rene de Oliveira.
Entre as ações que poderiam
amenizar esse quadro, o secretário sugeriu que o Congresso Nacional poderia
colocar a obrigatoriedade de revisão de alguns procedimentos de concessão de
benefícios fiscais praticados atualmente pelos estados.
Saiba mais sobre o trabalho do senador Izalci Lucas. Acesse suas redes sociais @izalci , e seu site www.izalci.com.br , Deixe sua sugestão, colabore com o mandato do senador.
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Ascom senador Izalci Lucas. -
Imagem: Agência Senado
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