Quadra 500 do Sudoeste »GDF vai
recorrer de decisão judicial. Em 2019, máquinas desmataram, legalmente, a vegetação do local.
*Por Jaqueline Fonseca
A Procuradoria-Geral do Distrito
Federal vai recorrer da decisão que determina realização de novos laudos
ambientais das obras do empreendimento conhecido como Quadra 500 do Sudoeste. A
sentença do Juiz Carlos Frederico Maraja de Medeiros, da Vara de Meio Ambiente,
Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, foi protocolada no processo na
quarta-feira, mas a divulgação ocorreu, ontem, pelo Tribunal de Justiça do
Distrito Federal (TJDFT).
O magistrado atendeu a um pedido
do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para considerar
inválidas as licenças ambientais apresentadas pelas duas empresas responsáveis
pelo empreendimento, Antares Engenharia LTDA e Oeste Sul Empreendimentos
Imobiliários S.A, pois, de acordo com a ação ajuizada pelo órgão, os documentos
estão vencidos. A ação civil pública movida pelo MPDFT, também, cita o
Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hidricos do DF (Ibram), responsável
pela emissão das licenças.
Na decisão, o juiz pondera que a
exigência do licenciamento não é mera formalidade e que a ausência do
documento, nesse tipo de empreendimento, pode acarretar em responsabilização
criminal ou administrativa. “Não pode haver dúvidas de que a construção de uma
quadra residencial inteira na cidade tombada de Brasília é atividade que exige,
necessariamente, a submissão ao procedimento de licenciamento ambiental, em
cumprimento à exigência constitucional e infraconstitucional pertinente”, diz.
Sobre o pedido do MPDFT, o
magistrado considera que “o licenciamento ambiental para a execução do
empreendimento imobiliário Super Quadra 500 do Setor Sudoeste encontra-se
inequivocamente caduco, pelo decurso do seu prazo de validade”. Dessa forma, o
juiz condenou as empresas a obterem licença corretiva, estudos de impacto ambiental
atualizados e a realização de audiências públicas. Elas têm 180 dias para
cumprir a determinação, sob pena de multa de R$10 mil por dia. A determinação
considera que, a obra pode ser realizada, desde que haja apresentação dos
laudos técnicos necessários.
Por meio do advogado Marcos
Joaquim Gonçalves Alves, a empresa Oeste Sul afirma que “desde o início do
projeto atendeu a todas as regras urbanísticas e ambientais e segue à
disposição das autoridades para demonstrar o atendimento, além do que é exigido
pela legislação”.
O Correio entrou em contado com a
empresa Antares Engenharia LTDA, mas, até o fechamento desta edição, não havia
recebido resposta.
Disputa: O empreendimento conhecido como Quadra 500 Sudoeste
— que fica em uma área verde de 14 hectares localizada ao lado do Parque das
Sucupiras, entre o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Eixo
Monumental Sul — está no centro de uma disputa judicial e de protestos contra e
a favor das obras, desde o ano passado. O projeto prevê a construção de 22
prédios residenciais, de seis andares, e dois prédios comerciais.
Em junho de 2019, o TJDFT
determinou que não houvesse construção no local. No entanto, o Governo do
Distrito Federal (GDF) recorreu da decisão junto ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ), que, em agosto, autorizou as obras. Na sentença o presidente do
Tribunal, João Otávio Noronha, argumentou ser “extremamente salutar para a
economia local, ao propiciar a geração de milhares de empregos diretos e
indiretos no importante setor da construção civil, beneficiando, sobretudo, a
parcela mais sensível e necessitada da população”. O parecer foi questionado na
Justiça pelo partido Rede.
Em setembro de 2019, a área verde
que havia no local foi desmatada, e as árvores foram arrancadas, legalmente, o
que gerou a indignação de moradores da região, que reivindicam a permanência de
uma das últimas áreas urbanas com vegetação nativa do Cerrado, no Plano Piloto.
A expansão do Sudoeste é contestada, também, por não fazer parte do projeto
original da capital federal.
(*) Jaqueline Fonseca – Fotos: Ana
Rayssa/CB/D.A.Press – Blog-Google – Correio Braziliense
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JUSTIÇA
Bem, não dá para entender, já estamos em Set/20 e as obras da 500 SW continuam. Ah!! meus amigos daqui a pouco vão ocupar todas as áreas entre e espaços entre prédios da cidade , alterar tudo. Estudam a transformação das áreas edificações comerciais do Setor Comercial Sul em Residenciais. Cadê a criatividade desse pessoal, vai ser urbanista assim lá na "conchinchina", precisam botar a cuca para funcionar, mas
ResponderExcluirsó sabem copiar!!!!
P.Alves