Museu interativo: veja detalhes do projeto que ocupará o prédio do Touring Além da reforma do espaço, o Sistema Indústria criará a Esplanada Cultural - alameda para interligar o local com o museu e a biblioteca. (*Por Caio Barbieri)
Uma das obras de Oscar Niemeyer menos prestigiadas do centro de Brasília e tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural, o prédio do Touring está prestes a se tornar uma referência mundial como laboratório aberto ao público para imersão no aprendizado.
Adquirido pelo Sistema Indústria, o local será completamente revitalizado, sem que
perca identidade original, para abrigar uma espécie de museu interativo de
ciências sob a responsabilidade do Serviço Social da Indústria
(Sesi) e do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai).
Com a inauguração já anunciada
para o dia 21 de abril de 2022 – aniversário da capital –, o local batizado como SesiLab oferecerá uma vivência, nos
cerca de 7 mil metros quadrados, com experimentos expostos de forma a provocar
os visitantes a absorverem o conteúdo de forma multissensorial, conforme
detalharam os idealizadores ao Metrópoles.
Toda a área externa, incluindo
praças e um túnel desativado, também serão abraçados pelas entidades, por meio
do projeto Adote uma Praça, da Secretaria de Projetos Especiais.
“É um conceito ‘hands on’, quando você interage o tempo todo com as
instalações expostas. É algo a mais do que apenas a contemplação do ensino.
Nesse conceito, você participa do experimento e isso gera um processo de
aprendizado muito mais completo”, adianta Rafael Lucchesi, diretor-geral do
Senai e também diretor-superintendente do Sesi.
Segundo o gestor, a inovação museológica serve para acompanhar a
revolução educacional, já que “o mundo se transformou e a escola também está se
transformando”. “Hoje, o nosso conceito é uma escola voltada à inovação. Tudo
se transforma na sociedade, inclusive a prática de ensinar. E a tecnologia já é
uma grande aliada nesse processo”, frisou.
Aprovação: O Governo do Distrito Federal
(GDF), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Seduh), já
solicitou a inclusão do projeto para a análise do Conselho de Planejamento
Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), o órgão colegiado superior
do Sistema de Planejamento e uma das últimas etapas antes da possível autorização
das obras.
Antes dos
novos proprietários, o prédio tombado chegou a ser negociado com os então
responsáveis para virar uma igreja evangélica. Contudo, em 2015, as obras foram embargadas pelo Instituto do Patrimônio
Histórico Nacional (Iphan) por falta de autorizações.
O prédio foi desapropriado em 2018, quando a Confederação Nacional da Indústria (CNI) assumiu o local. Agora, além da preservação o projeto original, todo o complexo do SesiLab, o que inclui a alameda a ser criada entre o espaço e o Museu da República, terá um investimento de R$ 164 milhões.
Parceria: Segundo Lucchesi, o projeto fechou parceria com o Exploratorium, museu de ciência, tecnologia e artes localizado em São Francisco, nos Estados Unidos, referência mundial pela natureza participativa de suas exposições e protótipo de museus participativos em todo o mundo.
A ideia é se fazer algo com uma
base muito voltada para a educação, com programa educacional muito robusto. “Queremos
mobilizar as escolas do GDF e programas de formação de professores. O espaço
será muito rico em vivência. A nossa expectativa é que o espaço seja referência
no Brasil, tratando a arte de forma transversa, de forma lúdica, de forma
interessante. Também queremos apresentar e valorizar o trabalho que as
instituições desenvolvem”, explicou Cláudia Ramalho, gerente que lidera o
projeto pelo Sesi.
“O que estamos fazendo é o resgate de um equipamento que está
deteriorado que serve à marginalidade, e que não serve ao cidadão brasiliense
que paga seus impostos. Além de cuidar da praça, da jardinagem, reduzindo
custos para o Estados, vamos colocar equipamentos como os que estão instalados
no Exploratório, com preças fundidas em bronze, para ocupação da praça. É um
presente para a ocupação de Brasília numa área de grande movimentação de
Brasília”, completou Lucchesi
Adote uma Praça: Quando adquiriu o prédio, no fim de 2019, o Sistema
Indústria incluiu o projeto do SesiLab no programa Adote Uma Praça e passou a
ser a maior proposta já enviada para o programa até o momento.
“A proposta é criar um espaço que
vai além de uma passagem pública, mas uma área multiuso, que terá
infraestrutura para transformar-se em auditório para eventos, exibição de
filmes, palestras, pequenos shows e pequenas exposições. Tais eventos vão
ampliar a oferta de atividades culturais e educativas de Brasília”, explicou
Roberto Andrade, secretário de Projetos Especiais.
Desde que foi
instituído, em fevereiro de 2019, o programa já recebeu 69 pedidos de adoção de
moradores de várias regiões do DF. Dezessete projetos já foram entregues, 36
termos de cooperação foram assinados e, desses, 18 estão em fase final de
entrega.
A secretaria ainda tem 26 processos sendo analisados para posterior assinatura do termo de cooperação técnica. No total, já são 18 regiões que estão participando do Adote Uma Praça. O primeiro termo assinado foi o do estacionamento do Hospital Brasília.
*Por Caio Barbieri - Fotos: Sesi/Divulgação - Metrópoles
Excelente notícia Chiquinho. Abraço
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