Senador Izalci Lucas (PSDB-DF)
“A pandemia,
ao colocar as pessoas em isolamento social, as tornou mais atentas e ligadas a
tudo que se faz em termos de decisões e ações nos três Poderes”
Qual avaliação o senhor faz das eleições municipais? Apesar da pandemia ter restringido muito o contato do candidato com o eleitor e de alguns problemas que afetaram o sistema eletrônico e dificultaram a votação e a apuração, as eleições em primeiro turno ocorreram dentro da normalidade institucional. Espero que neste domingo, segundo turno para algumas cidades, não tenhamos nenhum problema com o sistema de voto eletrônico.
O que, até agora, as urnas estão dizendo ao país? Estão dizendo que querem seriedade, experiência e lisura. Nesse pleito, pelo menos no primeiro turno, não houve voto de protesto. Houve voto pela seriedade e confiança naqueles que foram escolhidos para trabalhar e lutar pela cidade.
Se o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), perder a eleição, os tucanos ainda terão chance de chegar à Presidência em 2022? O Bruno não vai perder. A população de São Paulo o conhece, admira sua garra, competência e seu trabalho sem descanso pela cidade mais importante do país. O paulistano não vai trocar o certo pelo duvidoso. Vai votar em quem sempre trabalhou.
2020 tem sido um ano difícil. Há algo positivo na política? Acho que sim. A população passou a acompanhar mais de perto tudo que se faz. A pandemia, ao colocar as pessoas em isolamento social, as tornou mais atentas e ligadas a tudo que se faz em termos de decisões e ações nos três Poderes. As pessoas estão mais conectadas e isso, certamente, traz mudanças que podem ser muito boas para o país. É isso que espero.
O Senado aprovou projeto de sua autoria que amplia as penas para quem cometer crimes de fraudes eletrônicas. Há algum estudo indicando que esse tipo de crime aumentou na pandemia? Sim, tanto que foi criada uma força-tarefa, formada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal, Controladoria-Geral da União, Caixa Econômica Federal e Tribunal de Contas da União para identificar e combater as fraudes. Só no cadastro para o recebimento do auxílio-emergencial foram 600 mil fraudes.
Penas mais altas vão evitar as fraudes? Evitar fraudes, eu não diria. Mas vão reduzir muito. Quando se intensifica o combate e aumentam-se as penas, inibe-se o crime. Nossa legislação ainda é muito branda para certos tipos de crime.
Acredita que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP) vai aceitar a deputada Flávia Arruda na Presidência da CMO (Comissão Mista de Orçamento)? Os candidatos ao posto de presidente de Comissão, tanto na Câmara quanto no Senado ou nas comissões mistas, como é o caso da CMO, são indicados pelos partidos ou blocos parlamentares e serão avaliados e votados pelos demais membros. O presidente do Congresso tem influência pelo cargo que ocupa na condução do Legislativo e dentro de seu próprio partido para a indicação, mas não é ele quem decide, é o colegiado.
Ana Maria Campos – Coluna “Eixo Capital” – Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press – Correio Braziliense