Calçadas mais largas, ciclovias, novos estacionamentos e mais acessibilidade. Essas são as obras que o Governo do Distrito Federal (GDF) promete tirar do papel com a aprovação do projeto de revitalização do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), que recebeu o aval positivo do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan). Em reunião virtual realizada ontem, todos os 26 membros presentes votaram a favor da proposta apresentada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh).
As intervenções serão executadas
pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Ainda não há previsão de
quanto elas vão custar e quando terão início. De acordo com a
secretaria-executiva da pasta, a intenção é completar a Lei do SIG, aprovada em
fevereiro deste ano pelos deputados distritais.
“O SIG foi todo projetado para
grandes caminhões, para grandes áreas industriais, as gráficas eram muito
grandes. Hoje, a relação é muito diferente. O setor é uma região de prestação
de serviços diversos. Tem academia, escritórios, restaurantes. Então, houve a
necessidade de se fazer também uma remodelação dos espaços públicos”.
Entre as alterações que deverão
ser realizadas estão a reforma dos bolsões de estacionamento e a criação de
novas vagas ao longo das vias, criação de ciclovia e ampliação das calçadas. Na
Quadra 8, onde fica a maioria dos restaurantes, está previsto um projeto
paisagístico e melhoria das conexões entre o SIG, o Setor Sudoeste e o Parque
da Cidade, além do ajuste no sistema viário.
Para a empresária Ana Carolina
Moura, 31 anos, as mudanças vão atrair mais clientes para o setor. A empresária
é dona de uma lanchonete, aberta em março deste ano. “A gente tem a
possibilidade de crescer na região em que já atuamos, tanto na questão de
produção quanto na captação de clientes, principalmente por estar no coração de
Brasília. As mudanças vão ser muito positivas, porque vamos ter a possibilidade
de atingir o centro da capital”, afirma.
Essa não será a primeira mudança
promovida pelo atual governo no SIG. Em fevereiro, os distritais aprovaram um
projeto de autoria do Executivo que alterou as normas de uso e ocupação da
região. A proposta contou com apoio de 20 deputados e teve apenas um voto
contra. A nova lei libera atividades industriais, comerciais, de serviços e
institucionais, com a construção de prédios de até 15 metros no setor.
Regularização: Na área de habitação, o governador Ibaneis Rocha
(MDB) prometeu, ontem, “fazer andar” a fila de moradia no Distrito Federal. De
acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal
(Codhab), há um deficit de 200 mil habitações na capital. Durante evento no
Riacho Fundo 2, o emedebista assinou um decreto que regulariza 1,6 mil lotes,
das quadras QC1 a QC 6, e autorizou a construção de três mil apartamentos na
região administrativa.
“Nós estamos trabalhando
diuturnamente para que essas moradias sejam entregues à população do Distrito
Federal. Nós vamos trabalhar muito para que o povo saia dessa fila, para que a
gente consiga colocar essa fila para andar”, disse.
Após publicação do ato no Diário
Oficial, o projeto será encaminhado para registro em cartório. Em seguida, será
feita a coleta de documentação dos moradores para habilitá-los a participar do
processo de regularização das unidades. Depois, a Codhab realizará a entrega
das escrituras aos beneficiários.
A ordem de serviço assinada pelo
governador autoriza o início das obras de unidades habitacionais na terceira
etapa do Riacho Fundo 2. São previstas 3.033 residências, que devem atender 10
mil moradores na área de 148,34 hectares.
Chamado de Residencial Maria
Clara, o primeiro empreendimento do local terá 44 apartamentos de 45m²,
compostos por dois quartos, sala, cozinha e banheiro. As unidades serão
destinadas a candidatos das faixas de renda familiar 1,5 (R$ 1,8 mil) até 12
salários-mínimos inscritos na Codhab. A previsão é de que os apartamentos
comecem a ser entregues em meados de 2021.
Por Washington Luiz – Correio Braziliense