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A força de cada um

A força de cada um. Fabiane Guimarães: uma trama ambientada em Brasília e Pirenópolis

 

Vida e morte se entrelaçam no romance de estreia da escritora Fabiane Guimarães. Aos 29 anos, a goiana que vive em Brasília há mais de10 anos decidiu ambientar as duas histórias de suspense que guiam a narrativa de Apague a luz se for chorar, Recém-lançado pela editora Alfaguara, selo da Companhia das Letras, na capital federal e em Pirenópolis.

 

“Sempre quis escrever sobre o meu lugar no mundo, o que conheço. Embora more em Brasília há mais de uma década, sou de Formosa, em Goiás, e Pirenópolis sempre me fascinou por ser uma cidade pequena, que mistura o lado turístico com características de interior”, justifica a autora.

 

Fabiane também pretendia ir além do estereótipo de Brasília como capital política. “Queria trazer um pouco da perspectiva da cidade, explorar o dia a dia não só do Congresso Nacional e trazer a vivência brasilienses para uma obra de literatura. Tem um personagem, por exemplo, que faz sessões de fisioterapia no Sarah Kubitschek”, afirma.

 

A trama costura duas histórias principais. Cecília, uma veterinária de 30 e poucos anos, que acaba de perder os pais e precisa ir até a cidade turística goiana para enterrar os corpos. Ela, no entanto, desconfia da possibilidade de um assassinato. Enquanto isso, o também veterinário João, pai solteiro de um menino com paralisia cerebral, trabalha no Centro de Zoonoses, durante o dia, e, à note, procura outras formas de ganhar. O objetivo é bancar um tratamento experimental para o filho.

 

“É um romance que eu considero que tem essa pegada de mistério. É também um romance que reflete muito sobre família e os limites que estamos dispostos a ultrapassar para mantê-la. Considero que fala muito sobre o luto, sobre a morte e sobre a geração millennial, que tem todo o apoio dos pais e não sabe o que fazer da vida”, descreve a escritora.

 

Luto: Apague a luz se for chorar apresenta aos leitores dois personagens que traduzem a dicotomia vida e morte. Enquanto Cecília é um tanto quanto medrosa, tendo, entre os principais receios, a morte, mas tenta passar uma imagem de forte, escondendo  fragilidades; João arrisca tudo o que tem para garantir qualidade de vida ao filho.

 

Ao tocar nessas temáticas, Fabiane pretende trazer os assuntos para a luz do debate. “Todo mundo vai precisar lidar com a morte em algum momento. E, entender o luto, um processo natural da vida, é importante para conviver melhor com ele.”

 

Apesar de ter sido finalizado em 2016, antes da chegada da pandemia do novo coronavírus, o livro dialoga com o momento atual. “Vai tocar muito nas pessoas que perderam seus entes queridos. Embora não aborde a pandemia, tem muitas questões recentes, e a questão estrutural que é esse vazio que fica quando a gente perde nosso referencial na vida, as pessoas muitos importantes.”

Apague a luz se for chorar - De Fabiane Guimarães. Editora Alfaguara, 160 páginas. Preço sugerido: R$ 59,90.. 

                                        Roberta Pinheiro - Correio Braziliense




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