O passado agora é coisa do futuro. Pelo menos no que diz respeito a um
dos documentos mais importantes do dia a dia da capital brasileira: o >>>> Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
Criado em 13 de fevereiro de 1967, a publicação passa a ter seu acervo
totalmente digitalizado e pesquisável.
Agora, todas as edições estão disponíveis na plataforma do DODF-e, desde a criação do jornal até os dias atuais. Essa é mais uma etapa na evolução tecnológica do veículo que gera desde 2020 uma economia de R$ 2 milhões com a autonomia na produção dos jornais oficiais, fruto de parceria entre as subsecretarias de Tecnologia da Informação e de Atos Oficiais da Casa Civil.
Trata-se de mais facilidade para pesquisar a história dos atos oficiais
da capital da República à disposição da sociedade. A plataforma já é acessada
diariamente por cerca de 1,5 mil pessoas, ou seja, em torno de 33 mil usuários
por mês.
Até semana passada, o banco de dados desses arquivos era limitado a
publicações posteriores a 2001. Agora, conseguimos resgatar todos os jornais
publicados (Raiana do Egito Moura, subsecretária de Atos Oficiais da Casa
Civil)
“Até semana passada, o banco de dados desses arquivos era limitado a
publicações posteriores a 2001. Agora, conseguimos resgatar todos os jornais
publicados”, destaca Raiana do Egito Moura, subsecretária de Atos Oficiais da
Casa Civil.
Era eletrônica: A primeira edição do DODF foi publicada numa data especial, no dia 25 de dezembro de 1967, com mensagem de Natal do GDF à população
Em 2016, uma parceria firmada entre o GDF e a Imprensa Nacional
extinguiu a impressão física do DODF, disponibilizando o documento,
exclusivamente, em formato eletrônico. Em 2020, o GDF trouxe para a Casa Civil
toda a gestão do documento.
“Além de transparência aos usuários, trouxemos uma economia muito grande
para o governo”, ressalta pondera Raiana.
Desde maio de 2020, o GDF, por meio de uma plataforma desenvolvida e
mantida pela Subsecretaria de Tecnologia da Informação, tem autonomia na
produção dos jornais oficiais. O trabalho de construção e armazenamento do novo
sistema próprio revolucionou o processo de edição e diagramação dos
exemplares.
“Trata-se de uma mudança de paradigma de 50 anos de papel. O desafio foi
converter todos esses diários ao formato digital, de maneira que os arquivos
fossem pesquisáveis. Agora, todos os DODFs estão à disposição da sociedade”,
enfatiza o subsecretário de Tecnologia da Informação da Casa Civil, Antônio de
Pádua Canavieira.
Tecnologia e transparência: Um dos atrativos da ferramenta,
disponibilizada no portal https://www.dodf.df.gov.br,
é a facilidade de pesquisa. Pode ser feita de duas maneiras. Por meio do motor
de busca, usando palavras-chaves. Ou optando pela pesquisa avançada, ao acionar
a barra localizada no canto direito da página, que dá opção de procurar por
datas, seções, edições extras e especiais.
Um terceiro caminho é acessar o link, “Edições Anteriores”, que
conduzirá o usuário para as 51 pastas com todos os arquivos digitalizados em
formato PDF. “As informações estão indexadas por assunto, ou seja, por índices,
permitindo que o usuário trabalhe os dados com mais facilidade”, observa o
subsecretário de Tecnologia .
Antes dessa revolução digital, o pesquisador interessado em se debruçar
sobre qualquer informação das edições antigas do DODF tinha que recorrer ao
acervo da Biblioteca Cyro dos Anjos, do Tribunal de Contas do DF, então
guardião das cópias físicas do documento desde suas primeiras edições. O material,
que também foi digitalizado pelo TCDF, poderia ser acessado no site do Sistema
Integrado de Normas Jurídicas do DF.
Nas primeiras
décadas, o DODF tinha um formato bastante similar aos jornais de circulação de
hoje, trazendo reportagens sobre fatos da ciência, cultura e política,
abordando esses aspectos em nível regional, nacional e internacional (Elias
Manoel da Silva, historiador do Arquivo Público do Distrito Federal)
Acesso à história: Historiador do Arquivo Público do Distrito
Federal há quase 20 anos, o servidor Elias Manoel da Silva destaca que
facilitar o acesso ao DODF é uma forma de alcançar importantes informações
históricas sobre o DF.
O pesquisador fala com conhecimento de causa. Morador de Planaltina, ele
buscou e encontrou, nas primeiras edições do DO, detalhes preciosos sobre a
criação e consolidação de comunidades remotas, entre elas a Vila Buritis, um
dos principais bairros da Região Administrativa, onde vive há mais de duas
décadas.
“Como historiador, devo dizer que acho a iniciativa fundamental por
facilitar o acesso às informações, tanto de caráter probatório, como
históricas, veiculadas ali”, avalia. “Nas primeiras décadas, o DODF tinha um
formato bastante similar aos jornais de circulação de hoje, trazendo
reportagens sobre fatos da ciência, cultura e política, abordando esses
aspectos em nível regional, nacional e internacional”, conta.
Vacinação em Brasilândia: Edição de 18 de março de 1969 destaca
vacinação de crianças
A primeira edição do DODF foi publicada numa data
especial, no dia 25 de dezembro de 1967, durante a administração do engenheiro
Wadjô da Costa Gomide. Na capa daquela histórica publicação de estreia, o
destaque era uma mensagem de Natal do governo para a população da nova capital.
O documento relatava ainda a formação de nova turma de advogados da Universidade de Brasília (UnB), uma encenação do nascimento do menino Jesus no Plano Piloto, com participação de animais do zoológico da cidade e, claro, a notícia da criação do DODF. “Um jornal que surge”, alardeava o título da pequena matéria.
Bisavô da Lei de Acesso à Informação: 1ª edição do DODF registra que o Zoológico colaborou com a cessão de animais para o “Presépio ao Vivo” montado para comemorar a data
Até chegar à nomenclatura atual, a publicação foi
intitulada como Diário Oficial da Prefeitura do Distrito Federal, Boletim
Noticiário do Distrito Federal, Informativo da Prefeitura do Distrito Federal e
Boletim de Serviço. Entre 1961 e 1962, ocupou as últimas páginas do Diário
Oficial da União. Atualmente, o órgão responsável pela produção do periódico é
a Subsecretaria de Atos Oficiais, da Casa Civil, que fica no Palácio do Buriti.
Lucio Flávio – Edição Abnor Gondim – Fotos: Lúcio Bernardo Jr - Agencia Brasília.