Respeito à ciência
Pioneiro, o proprietário da Banca da Árvore, na 108 Sul, Lourivaldo Marques, 83 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a covid-19 na quarta-feira. “A gente tem que cumprir as ações sociais”, afirma. Com 10 filhos, 18 netos e nove bisnetos, ele diz que não perdeu nenhum parente por conta do vírus. “Nunca tive medo, mas tenho muita fé. Fui vacinar por uma questão social, de respeitar as normas das autoridades de saúde. E não tive gripe nenhuma vez.
A minha alimentação com vitamina com couve, água de coco, mel e limão não me faltou no meu dia a dia”, brinca. “Meu ponto de vista é que ainda existem pessoas com sensibilidade para lutar contra o novo coronavírus. Acredito muito nas autoridades de saúde que estão aí para nos proteger neste momento”, diz. Ele deixa ainda um aviso para os clientes sobre as regras de segurança adotadas no estabelecimento caso queiram visitar a banca durante a crise sanitária.
“Sem máscara, não entra na banca. Se sentar à
mesa, onde coloco álcool em gel em cada uma, tem que ter 2 metros de distância
entre as pessoas. A primeira coisa que faço é colocar o álcool em gel na mão do
cliente. Zelando pelo cliente, estou zelando pela minha freguesia, mostrando que
tenho educação. E a sociedade precisa de educação, porque significa respeito,
amor ao próximo”, conclui o dono da primeira banca de Brasília, fundada em 13
de fevereiro de 1960.
A mineira Maria de Lourdes Gonçalves da Silva, 92 anos, também comemorou a vacina. “Estou na esperança de estar protegida da doença, de poder tão logo reunir a família. Gosto muito de gente, de ver a casa cheia”, conta a dona de casa que veio para a capital, em 20 de dezembro de 1959, de caminhão, acompanhando o marido que trabalhou na construção de Brasília, com oito filhos pequenos.
“Cheguei aqui e
era tudo barro e terra, fomos morar no acampamento na Vila Planalto. Os meus
filhos estudaram na primeira turma do Elefante Branco (Asa Sul)”, relembra ela,
que trabalhou como costureira para complementar a renda familiar. Ao longo das
nove décadas vividas, ela nunca imaginou que pudesse passar por uma pandemia
como esta. Para este ano, um único desejo: “Que todo mundo fique bem”. Além de
reunir a família novamente, ela almeja voltar a viajar assim que for seguro.
Correio Braziliense –
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press – Correio Braziliense.