Pelo menos é o que deixaram claro
Alexandre Silveira Oliveira, Joel Oliveira e Jerson Alvim, sócios do Feitiço
das Artes. O que os levou a se juntar para levar adiante a proposta de erguer a
nova casa foi o fato de os três terem relação afetiva com o Feitiço Mineiro — o
primeiro, como frequentador; o segundo, produtor de shows. O terceiro era o
diretor artístico do antigo estabelecimento
“Não haverá mudança na decoração
que caracterizava o Feitiço Mineiro. Mantivemos o palco, os tijolinhos com as
assinaturas de artistas locais e de outras regiões, os quadros com os recortes
de matérias publicadas por órgãos da imprensa brasiliense, além do painel
fotográfico instalado em parede externa, anuncia Alvim, que, antes de se
radicar em Brasília, foi, durante 25 anos, diretor artístico do extinto
Canecão, no Rio de Janeiro. “Esse conjunto de elementos formam o Memorial Jorge
Ferreira, que sempre será nossa fonte de inspiração”, acrescenta.
Segundo Joel Oliveira, aposentado
do serviço público federal, ele foi levado a se juntar a Jerson Alvim e
Alexandre Silveira no novo empreendimento “por possibilitar a manutenção de um
espaço tradicional da cultura musical e gastronômica da cidade, agora com outra
denominação e sob nova direção”. Ele complementa: “Feliz com a história escrita
pelo Feitiço Mineiro ao longo de três décadas, oferecendo música e culinária,
de reconhecida qualidade. A memória de Jorge Ferreira vai ser preservada, em
respeito aos músicos e aos frequentadores do local, muitos deles cativos”.
Já o bacharel em direito Alexandre
Silveira frequentava o Feitiço Mineiro desde a mudança de Belo Horizonte para
Brasília. Ele diz que, ao saber do fechamento das portas do bar e restaurante,
por conta dos problemas surgidos na pandemia, percebeu que iria sentir falta
tanto do restaurante quanto da casa que oferecia boa música. “Aí, em conversa
com o Jerson Alvim, surgiu a possibilidade de criarmos no local uma outra casa
com as mesmas características. A nós dois, se juntou o Joel Oliveira, que
também tinha uma ligação afetiva com a antiga casa”.
A cantora Lúcia de Maria, que
participou brilhantemente do The voice+, comemora o surgimento do Feitiço das
Artes. “Participei de vários projetos no Feitiço Mineiro, certamente o lugar no
qual mais me apresentei aqui na cidade. Agora me alegro ao tomar conhecimento
da abertura do Feitiço das Artes no mesmo local, onde espero mostrar meu
trabalho”, festeja.
No comando de uma roda de choro e
samba, o cavaquinista Nelsinho Serra manteve-se em cartaz no Feitiço Mineiro
por, aproximadamente, 12 anos. “Chegamos a tocar ali até perto do fechamento e
sentimos muito com a perda de mais um espaço para a música na capital. Estou
contentíssimo ao tomar conhecimento de que no lugar vai surgir o Feitiço das
Artes. Eu e meus companheiros de grupo ficamos à espera de convite para levar
alegria ao público da nova casa, nos finais de semana, com samba e choro de
qualidade.”
Irlam Rocha Lima – Jornalista – Colunista do Correio Braziliense – Fotos: Jerson Alvin