test banner

História: "Minha Vila Planalto" .... Um patrimônio que revive

Um patrimônio que revive. A Fazendinha da Vila Planalto, tombada em 1988, sai do esquecimento e começa a receber os primeiros retoques para revitalização. O espaço é patrimônio cultural e resgata a história da construção de Brasília. Casas de madeira, erguidas em 1957, serviam de moradia a autoridades, engenheiros e técnicos antes da inauguração da capital federal

Expectativa é de que o espaço vire um polo turístico e cultural, após fim das obras, que passarão por processo licitatório. Trabalhos de recuperação começaram em 29 de março e devem durar até o fim deste mês

A Fazendinha Pacheco Fernandes, na Vila Planalto, revive após anos esquecida. As casas de madeira, construídas em 1957, deterioraram-se com o passar do tempo. Mas, agora, elas ganham um novo ar graças ao projeto de recuperação do espaço, patrimônio cultural. O local, tombado em 1988, é referência quando o assunto é resgate da história da capital do país. A área tem pouco mais de 33 mil metros quadrados e é composta por cinco casas de madeira, erguidas para servir de moradia a autoridades, engenheiros e técnicos no período da construção de Brasília.


Com o tempo, as edificações se tornaram pontos de atendimento à comunidade. No entanto, ao longo dos últimos 15 anos, três casas ficaram abandonadas e foram consumidas pelo tempo. O comprometimento da estrutura alertava para o fim das poucas construções originais da época de inauguração da capital federal. Para preservar esse patrimônio histórico e evitar mais danos às casas, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa iniciou ações emergenciais na região, em 29 de março.


O trabalho envolve retirada de madeiras soltas ou podres, escoramento de estruturas, limpeza da área externa, além da poda e da retirada de uma árvore que compromete as casas. O período para concluir essa etapa é de 30 dias, segundo a pasta. Depois, terá início um processo licitatório para contratação de uma empresa especializada na revitalização de construções antigas em madeira. Após a finalização, o espaço será devolvido à comunidade local.


Para o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, a Fazendinha da Vila Planalto poderá servir como polo turístico e cultural. “A recuperação dela é mais do que uma necessidade. Ela é um sítio histórico importante de Brasília”, ressaltou o chefe da pasta, que acompanha de perto as obras no local. “Estamos fazendo o trabalho de limpeza. Até enxame de abelhas e ninho de escorpião havia lá. Tivemos de parar um momento para fazer a dedetização e proteger a equipe que trabalha lá”, completou.

Futuro: Arquiteto da Secretaria de Cultura, Antônio Menezes Júnior afirma que essa etapa visa conter a deterioração das casas. “Três das edificações estavam em situação de pré-ruína. Estamos focando na eliminação dos fatores de risco”, pontua. Além da limpeza e do escoramento das estruturas danificadas, a Casa Lar Ampare — que não apresenta riscos estruturais — receberá serviços de revisão da parte elétrica e instalação de sistema para prevenção de descargas atmosféricas. “Com essa iniciativa, o governo cria vários meios para tornar essa área útil e recuperar um patrimônio tombado que faz parte da história de Brasília”, afirma.


O grupo de trabalho —
formado pelas secretarias de Cultura e Economia Criativa, de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), de Governo e pela Administração Regional do Plano Piloto — tem se reunido para definir o futuro das edificações recuperadas. “Vamos discutir com a comunidade da Vila Planalto, que é muito ativa, qual o melhor uso desses espaços. Mas, provavelmente, teremos um centro de cultura”, ressalta Bartolomeu Rodrigues. Ele acrescenta que toda a ação faz parte de um projeto maior, para melhora da Vila Planalto como um todo. “Nossa expectativa é de que, até o fim do ano, a cidade esteja de cara nova”, completa.

 

Para saber mais: Legado ... O nome da Fazendinha homenageia Pacheco Fernandes Dantas, engenheiro sócio de uma empreiteira com trabalhos-chave na construção da capital federal. A firma é responsável pela estrutura do Brasília Palace Hotel, inaugurado em 1958 — à época, conhecido como Hotel de Turismo. A Pacheco Fernandes deixou Brasília em 1963, com legado de obras no Palácio do Planalto e na edificação do Hotel Nacional. Em 1959, o acampamento de operários da empresa passou por um nebuloso episódio, que terminou com mortos e feridos após um tiroteio no local. Um grupo de policiais da Guarda Especial de Brasília (GEB) foi destacado para atuar no acampamento e tentar controlar a confusão. Após o ocorrido, porém, eles acabaram expulsos da corporação.


     Cibele Moreira - Ricardo Daehn  – Fotos Marina Gadelha – Correio Braziliense.




Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem