A ampliação do público prioritário
da vacinação contra o novo coronavírus chega em um bom momento. O início da
imunização de idosos com 64 e 65 anos, a partir deste sábado, é fundamental
para renovar a esperança de dias melhores na população. Com a carência de doses
que ocorreu no início do mês, o processo deu uma travada, e a expectativa é de
que volte a andar a partir de agora.
O GDF também anunciou mudanças no
sistema de vacinação, com a ampliação de postos físicos aos fins de semana. Até
então, a Secretaria de Saúde estava trabalhando apenas com a modalidade drive-thru
aos sábados e domingos. Já não era sem tempo a mudança. Havia muita reclamação
sobre a demora excessiva dentro dos carros, bem como a possibilidade de tomar a
dose em uma unidade de saúde perto de casa. Entre erros e acertos, é assim
mesmo que ocorre em ações sanitárias em larga escala, com correções de rumo ao
longo do processo.
Há, no entanto, algo que me
incomoda no processo de imunização. Temos visto relatos de profissionais em
áreas administrativas, como ocorrido recentemente no DF, com oficiais da PM
passando na frente dos praças e de pessoas que nunca exerceram determinada profissão
tomando a vacina. Como descobrimos? Vendo nas redes sociais. Mesmo errado, o
fura-fila oficializado faz questão de mostrar a todos que recebeu a dose. A
vaidade supera a ética.
Não considero correto um
profissional não atuante receber a dose de CoronaVac ou da AstraZeneca antes do
público-alvo — conforme o Plano Nacional de Imunização, são 77.219.259 pessoas
em todo o país nesta situação. Veja, por exemplo, a situação dos psicólogos no
DF. A única exigência para ser imunizado, conforme consta no próprio site do
Conselho Regional de Psicologia (CRP), era estar com o registro ativo,
independentemente de trabalhar na área ou não. Complicado, não é?
Por que um psicólogo que não
trabalha na saúde, por exemplo, vale mais que qualquer trabalhador de atividade
essencial? Não há a mínima justificativa.
Sei que o CRP fez um apelo para o
profissional que não está diretamente vulnerável ao novo coronavírus dar
preferência aos grupos mais expostos ao risco de contágio, mas, na prática, era
impossível acompanhar de perto. Vai muito da consciência e dever cívico da
pessoa. Entendo que todos querem ser vacinados logo. É muito grande a vontade
de termos uma vida semelhante à que levávamos até março de 2020. Mas é preciso
aguardar a vez. Nossa hora vai chegar.
Ainda lento o DF que já esteve melhor no ranking... minha faixa ainda não chegou por aqui. Colegas têm conseguido a vacina na periferia da capital (GO). Uma vergonha pra Capital do País.
ResponderExcluir