Diante de mais um período de
recrudescimento da pandemia da covid-19, o Executivo local optou por proibir a
realização de eventos no Distrito Federal. Decreto publicado ontem no Diário
Oficial (DODF) suspendeu por tempo indeterminado shows, festas, festivais e
eventos com venda de ingressos. A medida entrou em vigor a partir da publicação
do documento. Caso a crise sanitária não seja controlada, o funcionamento de
outros setores pode passar por adequações em breve, segundo representantes do
Governo do Distrito Federal (GDF).
Em entrevista coletiva promovida
ontem, no Palácio do Buriti, o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo
Rocha, explicou o que motivou a decisão pela proibição de atividades: “(Essas)
são medidas que precisam ser tomadas justamente para evitar uma questão mais
dura e para que a população tenha consciência. Que todos façam sua parte, para
que possamos diminuir esses índices de transmissão e voltar à normalidade”. Em
relação ao decreto, o chefe da pasta lembrou que quaisquer eventos, em casas ou
estabelecimentos comerciais, ficam sujeitos às novas medidas caso promovam
venda de ingressos ou cobranças de valores dos convidados, ainda que revertidos
em consumação.
O secretário acrescentou que não
desconsidera a adoção de mais restrições e que tudo será analisado conforme o
cenário pandêmico. “O governador (Ibaneis Rocha) monitora em tempo real os
vários índices, para que tome a melhor decisão no momento certo. Não está
descartada a inclusão de outros eventos (na lista de proibições), mas, por
enquanto, a decisão que temos é sobre shows, eventos e casas de festas com
venda de ingressos”, declarou Gustavo Rocha.
Na medida em que a situação
melhore, segundo o secretário, o Executivo local poderá revogar os decretos em
vigor atualmente. O governador em exercício Paco Britto (Avante), também
presente à coletiva, afirmou que o GDF não pretende adotar um lockdown e
reforçou que a meta é revogar as restrições recém-publicadas assim que
possível. “A intenção é conscientizar a população da transmissibilidade da
ômicron. Nossa intenção é de que (as pessoas) não se aglomerem”, reforçou o
vice de Ibaneis.
Crianças: Na reunião, os
gestores passaram mais detalhes sobre a vacinação de meninas e meninos de 5 a
11 anos na capital federal. A primeira remessa de imunizantes destinada a esse
público chegará amanhã, com 16,3 mil doses. O atendimento começará no domingo,
em 11 pontos fixos e exclusivamente com aplicações contra a covid-19. Outros
locais com serviço itinerante ficarão disponíveis para o público-alvo
prioritário: crianças com deficiência, síndrome de Down, autismo e
comorbidades. Para alcançar o público com problemas de locomoção ou sob tutela
do Estado, a Secretaria de Saúde trabalhará com equipes volantes.
Nos postos fixos, o atendimento
será das 8h às 17h, apenas para crianças com 11 anos, que contarão com 10 mil
doses disponíveis, inicialmente, e para aquelas de 5 a 11 anos com comorbidades
— 6 mil doses. Todas devem estar acompanhadas dos responsáveis. Paco Britto
ressaltou que, apesar da pequena quantidade de vacinas, não é necessário
“correr” aos postos ou formar filas. “Os imunizantes não serão suficientes nem
para o primeiro dia. Serão 16,3 mil unidades, e esperamos que, no próprio
domingo, elas terminem”, calculou. As próximas datas de aplicação serão
divulgadas assim que o Ministério da Saúde confirmar o envio de mais remessas
para o DF.
Nas mídias sociais, Ibaneis Rocha
(MDB) se manifestou sobre a situação da pandemia. De férias em Miami, nos
Estados Unidos, até 22 de janeiro, o chefe do Executivo local lembrou que,
atualmente, 90% das internações de pacientes com covid-19 são de pessoas que
não se vacinaram ou estão com a segunda dose pendente. “Por isso, reforço:
procurem nossos postos para imunização”, escreveu. “Somente com o ciclo vacinal
completo de toda a população venceremos a pandemia.”
Gripe: Ainda na solenidade no
Buriti, o secretário de Saúde do DF, Manoel Pafiadache, divulgou números
relacionados aos casos provocados pela variante do vírus influenza, a H3N2. A
capital federal contabiliza 217 registros, contra seis registrados nos últimos
dias de dezembro. Com isso, os casos de gripe passaram de, aproximadamente, 5
mil, na semana passada, para 11.049 ontem — um aumento de 120%.
Em relação aos casos de flurona, a
infecção simultânea pelo novo coronavírus pelo vírus influenza, o levantamento
mais recente da pasta contabiliza 530 notificações, ante 89 na semana passada.
No entanto, a secretaria não deu detalhes sobre as variantes contraídas pelos
pacientes nem sobre a necessidade de internação.