Além dos painéis,
prédios e conjuntos cívicos, da beleza concreta de Oscar Niemeyer e Lucio
Costa, que caíram na graça das fotografias de moradores e visitantes, Brasília
também proporciona belas imagens em meio à natureza, predominantemente com o
bioma cerrado. A capital federal acumula 19 parques urbanos, entre eles o maior
da América Latina, o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, e 86 unidades de
conservação, destinados exclusivamente à preservação da fauna e flora naturais
do quadrilátero.
“Depois de conhecer o
Lago, o turista costuma ser levado, primeiramente, para a Ermida Dom Bosco, que
em 2019 se tornou um monumento natural de Brasília e é um ponto turístico muito
belo. A partir daí, surge o interesse pelas unidades de conservação” (Rejane Pieratti, superintendente de Gestão de Unidades de
Conversação do Brasília Ambiental)
O parque Asa Delta, na
SHIS QL 14 do Lago Sul, permite fácil acesso à margem do lago e tem um morro
artificial para a prática de voo livre
O Parque Distrital das
Copaíbas, no Lago Sul, possui uma trilha sinalizada de 4,2 km: turista tem
acesso a poços, nascentes e uma pequena cachoeira
Diante da variedade de
opções para passear, descansar e aclamar a natureza do cerrado, o movimento de
visitantes, turistas ou moradores do DF nas unidades de conservação aumentou
nos últimos três anos. Para a superintendente do Brasília Ambiental, com o isolamento
social imposto pela pandemia do novo coronavírus, as pessoas passaram a
valorizar, ainda mais, passeios ao ar livre. As unidades estiveram fechadas por
cerca de três meses em 2020, com reabertura em novembro do mesmo ano.
Mas, diante de tanta
variedade de fauna e flora, um alerta: ao visitar as unidades de preservação, é
preciso cuidado redobrado com lixos e depredação do espaço, para evitar
prejuízos à natureza. “Antes de serem parques, são unidades de conservação,
áreas protegidas. Por isso, temos que respeitar a flora e a fauna locais, não
retirar nenhuma espécie, não deixar nenhum lixo, não causar impactos de som.
Pode fazer foto e ter turista? Pode e deve! Mas temos que lembrar que são
pontos ambientalmente protegidos”, enfatiza Rejane.
Thiago Luz leva os
turistas por trajetos de 11 e 20 km no Park Way contando histórias que incluem
JK e Tom Jobim
O circuito foi criado
pelo empresário Thiago Luz, 40 anos, em 2020, durante a pandemia de covid-19.
Com o isolamento social e a monotonia nas opções de lazer, ele mapeou trajetos
de 11 e 20 km de extensão, que passam por pontos históricos de Brasília. “Nas
trilhas, vou contando histórias que marcaram o Park Way, de Juscelino
[Kubitschek], algumas de Tom Jobim, e conto sobre a linha do trem. Não é só uma
trilha em que a gente sai andando pelo mapa, é uma imersão completa no passado
da cidade”, avalia.
“É um caminho sem
volta. Quando as pessoas conhecem Brasília, se apaixonam. O interesse por
experiências na cidade cresceu muito porque o lazer está aqui; podemos viajar
por Brasília e, em todas as vezes, nos deparar com alguma novidade” (Thiago Luz, empresário)
O circuito começa
próximo ao Brasília Country Club (BBC), ponto de lazer que era frequentado pelo
presidente JK e que marcou a construção da capital da República desde a
inauguração. Em seguida, os caminhantes passam pelo trilho de trem de carga que
percorre a região e pela fazenda Ribeirão do Gama. Adiante, os caminhantes
encontram um córrego que nasce próximo ao Catetinho e deu origem à canção Água de beber, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Por
fim, o circuito leva a uma floresta, de mata de galeria, e retorna ao ponto
inicial. A trilha interpretativa é indicada para todas as idades e pode ser
considerada de dificuldade leve a moderada.
“É um caminho sem
volta. Quando as pessoas conhecem Brasília, se apaixonam. O interesse por
experiências na cidade cresceu muito porque o lazer está aqui; podemos viajar
por Brasília e, em todas as vezes, nos deparar com alguma novidade”, lembra
Thiago. Atualmente, o guia turístico cobra R$ 300 por grupo de até oito pessoas
e R$ 40 por excedente em grupos maiores.
Outra alternativa para
se refrescar em águas brasilienses, sem necessidade de guia turístico, é o
Parque Distrital Salto do Tororó, em Santa Maria, a 30 km do Plano Piloto,
entre as rodovias DF-001 e DF-140, próximo aos condomínios da Grande Região do
Tororó. O parque foi o primeiro instalado na região, em 2005, por meio do
Decreto nº 25.927, e o primeiro a receber proteção integral, de acordo com o
Decreto nº 36.472 de abril de 2015.
Com mais de 60
hectares, fica em uma área com perímetro de 9,4 km, repleto do bioma do
cerrado, e atrai praticantes de ecoturismo que buscam caminhadas, trilhas de
média dificuldade e rapel e um mergulho na queda d’água do parque, que leva o
mesmo nome. Para chegar ao oásis brasiliense, é preciso percorrer 2 km de
trilha, durante cerca de 30 minutos.
Há também a Cachoeira
do Urubu, ideal para se divertir sem sair do quadradinho. O local, de acesso
gratuito, fica a 14 km do Plano Piloto, na Comunidade Córrego do Urubu, no Lago
Norte. Para chegar até a cachoeira, é preciso percorrer uma trilha de cerca de
15 minutos, cujo trajeto está disponível no Waze e no Google
Mapas: Ideal para
todas as idades, a Cachoeira do Urubu oferece um pedaço raso, ideal para
crianças e idosos, e uma parte mais funda para quem gosta de passeios radicais.
Além disso, o rio cheio de curvas tem prainhas de areia fina para as crianças
constituírem castelinhos, além de árvores para curtir a sombra. No entanto,
vale o alerta para a segurança: o local é ermo e, embora de fácil acesso, o
socorro a acidentes pode demorar a chegar.
Próximos passos: Ainda
neste ano, será lançada a Rota das Unidades de Conservação, mostrando ao
público o paraíso do cerrado escondido em solos brasilienses. A Coleção Rotas
Brasília, com uma série de miniguias organizados por segmento, está
disponível para download no~~~ site da Secretaria de Turismo.
Cidade Jardim
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