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Entrevista: Marcela Lopes Santos, "Covid-19: quarta onda chama atenção..."

Covid-19: quarta onda chama atenção para políticas públicas em vigor. Em entrevista ao CB.Saúde, a coordenadora técnica da Sala de Situação da Universidade de Brasília, Marcela Lopes Santos, pontuou a importância de repensar as políticas públicas. Marcela Lopes acredita que é o momento de rever as políticas públicas e conter a contaminação


A quarta onda da covid-19 surge em um momento de relaxamento das medidas de controle, como desobrigação do uso de máscaras, retorno de atividades presenciais e, até mesmo, liberação para eventos. Por isso, especialistas advertem quanto à importância de se repensar as políticas públicas que estão em vigor atualmente. Para falar sobre o assunto, a coordenadora técnica da Sala de Situação da Universidade de Brasília, Marcela Lopes Santos, foi entrevistada pela jornalista Carmen Souza no programa CB. Saúde — uma  parceria do Correio com a TV Brasília — que foi ao ar na quinta-feira (16/6).


O que está acontecendo nessa nova onda da pandemia? A gente tem observado não só a entrada dessa nova variante, ômicron, no território brasileiro e no Distrito Federal. O relaxamento das medidas de controle como desobrigar o uso de máscaras, o retorno das atividades presenciais e todo esse cenário favoreceu o incremento do número de casos, apesar da maioria ser leve.


A vacinação é o suficiente para conter a pandemia? A vacinação é um dos métodos, mas não garante a ausência de transmissão da doença. Ela impacta diretamente na gravidade dos casos. Uma pessoa vacinada tem a chance de desenvolver em menor gravidade do que aquele não vacinado. Então a vacinação restringe a transmissão. É importante que as medidas de prevenção sejam mantidas, junto com a vacinação para conseguir controlar, efetivamente, a doença.


Aqueles que não vacinaram estão contribuindo, de que forma, para o surgimento de novas ondas? A vacinação de reforço considera o tempo de efetividade da vacina e o tempo de imunidade que garante no nosso corpo. Quando nossa defesa fica mais baixa, tomamos o reforço para que novamente faça o efeito de proteção. As pessoas que não estão tomando as doses de reforço, vão estar sujeitas a essa condição. Possivelmente, a chance do vírus adentrar e causar uma doença mais grave é maior, além de contribuir na transmissão dentro da sociedade.


Então há o risco de novas cepas que voltem a dar altos índices de mortalidade e hospitalização? Não é uma coisa garantida, é uma espécie de loteria. Mas se houver uma condição em que o vírus consiga se desenvolver de forma mais letal e grave, é possível que uma nova variante seja transmitida e que surjam casos mais graves entre pessoas com a cobertura vacinal reduzida.


Está no momento de repensar as políticas públicas do DF? Acredito que é o momento de repensar políticas públicas. A quarta onda vem mostrando o aumento dos casos e, nessa situação, o uso das máscaras poderia ter um efeito importante. Acho que já deveríamos estar usando as máscaras de forma obrigatória, novamente, no DF.


De que forma as férias ou esse aumento de mobilidade pode impactar as fronteiras e os aeroportos? O que podemos levar de aprendizado quanto ao controle da mobilidade? Precisamos monitorar entrada e saída para conseguir acompanhar e evitar a ocorrência de novos surtos, ou situações de risco e crises. Precisamos ter estruturas mais reforçadas para fazer o monitoramento. Temos trabalhado com a Anvisa para elaborar e melhorar ferramentas, garantindo que a gente tenha um padrão. (Vídeo ~~~~ Entrevista completa ....)

O mundo também está em alerta para a varíola do macaco, doença que era endêmica na África e, hoje, já começa a ter extensão maiores. O que pode dizer sobre isso? Ela tem sido encontrada em diversos outros países não originários, muito provavelmente pela mobilidade. Por isso, precisamos monitorar a entrada e saída dentro do nosso território. No Brasil, já temos vacina contra a varíola, que tem eficácia, e temos observado que a maioria dos casos ocorre na Europa, onde as taxas de vacinação eram extremamente baixas Então pode ser que exista uma relação à baixa cobertura vacinal.


Ana Maria Pol – Correio Braziliense


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