Sudoeste tem a primeira composteira pública urbana de Brasília.
Equipamento feito pelo SLU em parceria com administração regional vai
transformar resíduos orgânicos em adubo para horta comunitária do parque da
região
O
Sudoeste é a primeira região administrativa de Brasília a ter uma composteira
pública urbana. Construído pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da
administração regional e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o equipamento vai
transformar resíduos orgânicos em adubo e atender a produção da horta
comunitária localizada na lateral do Parque Bosque do Sudoeste.
A
composteira segue modelo construído no mês passado na Usina de Tratamento
Mecânico Biológico do SLU no P Sul, em Ceilândia. No primeiro trimestre deste
ano, o espaço foi responsável por produzir e doar a pequenos e médios
produtores rurais cerca de 832 toneladas mensais de resíduos orgânicos de
outras origens.
“Isso
dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo e, ao descartarem
menos, poderem deixar de pagar taxa extra pela coleta” (Silvio Vieira,
diretor-presidente do SLU)
Anelise Pulschen e Ykuyo Nakamura comemoram o novo equipamento, que vai
transformar resíduos orgânicos em adubo e atender a produção da horta comunitária
construída na lateral do Parque Bosque do Sudoeste
A proposta da composteira do Sudoeste é que, além da comunidade,
restaurantes parceiros da região abasteçam a estrutura com resíduos orgânicos –
como restos de alimentos não cozidos, casca de ovos e frutas, borra de café,
saquinhos de chá.
“Isso
dará a eles a chance de sair da condição de grandes geradores de lixo [quem
produz 120 litros por dia] e, ao descartarem menos, poderem deixar de pagar
taxa extra pela coleta”, ressaltou o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira.
Os
resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo recolhido no
DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva – que gera renda
para os catadores e já abrange quase 100% da área urbana –, estimulando a produção
de composteiras em condomínios residenciais.
Os resíduos orgânicos são responsáveis pela produção de 50% do lixo
recolhido no DF. O governo tem investido na expansão da coleta seletiva e
estimulando a produção de composteiras em condomínios residenciais
Além de ensinar como fazer a coleta~~~~ (veja aqui), o órgão
disponibiliza técnicos para orientar na construção e montagem da estrutura. A
composteira do Sudoeste foi planejada pela engenheira ambiental do SLU Mayara
Menezes. “Ao definirmos estratégias, conseguimos reduzir bastante o que é
aterrado no aterro sanitário e que pode poluir o meio ambiente”, disse ela.
Ao custo
aproximado de R$ 4 mil, a estrutura é própria para depósito e compostagem de
materiais orgânicos que, em vez de serem descartados na natureza, são
transformados em húmus. O adubo do solo com esse material rico em matéria
orgânica deixa a terra mais porosa, mantendo a água à disposição das plantas
por mais tempo.
Ao lado
da composteira foi construída uma caixa para descarga do biofertilizante,
líquido que, diferentemente do chorume, que não tem contato com o oxigênio e é
poluente, é ainda mais rico em componentes orgânicos para adubação.
“Já
recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramentas, e estávamos
batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar” (Ykuio Nakamura, moradora do
Sudoeste)
O
administrador regional do Sudoeste, Júnior Vieira, garante que a proposta é
seguir a orientação do governador Ibaneis Rocha de atender a população no que
for preciso. “E a construção da composteira para a nossa horta comunitária, que
produz alimentos, ervas medicinais e agora adubo, vai de encontro a isso”,
ressalta.
As
moradoras Ykuio Nakamura, 78 anos, e Anelise Pulschen, 59, são duas das
responsáveis pelo cultivo de hortaliças, frutas e plantas medicinais na horta
comunitária do Bosque do Sudoeste. Até então fazendo a compostagem de orgânicos
em menor escala por meio de um minhocário, elas agora se sentem animadas com o
novo equipamento.
“Já
recebemos apoio do governo por meio da Emater, com ferramentas e estávamos
batalhando por adubo. Agora, com a composteira, nem vamos mais precisar”,
comemora Ykuio.
Agência Brasília – Fotos: Paulo H. Carvalho – Governo do
Distrito Federal