Como previsto aqui neste espaço,
as gigantescas manifestações por ocasião do bicentenário da Proclamação de
Independência do país tiveram a adesão maciça da população, tanto aqui em
Brasília, onde dados extra oficiais dão conta de mais de milhão de pessoas,
como na antiga sede administrativa do Brasil, o Rio de Janeiro, onde a orla de
Copacabana ficou também lotada de pessoas vestindo o verde amarelo, numa
demonstração de amor pela pátria que é de todos.
Obviamente que as manchetes, na
maioria dos jornais do país, procuraram divulgar essas manifestações de forma
negativa. Alguns mais atrevidos chegaram a chamar as pessoas que compareceram a
esses eventos de gado ou outra denominação pejorativa, que diz muito sobre
esses tempos adversos onde a polarização política vem dando seu tom sinistro
nessas eleições.
O que a mídia não pode esconder é
que as pessoas, que pacificamente foram com seus familiares a esse encontro
cívico, o fizeram por um sentimento legítimo de brasilidade. Lógico que
embutido, intrinsecamente, nesse sentimento estão todos os valores cristãos e
históricos que fizeram do Brasil o que ele é. Nesse conjunto de valores,
sobressaem os valores da família, do respeito, da ética e até dos bons
costumes, uma prática definida hoje como démodé, ou fora da moda.
Dizer que o atual presidente tenha
se apropriado da data para fazer campanha não tira o brilho da festa cívica,
uma vez que qualquer político, que tenha à sua frente centenas de milhares de
pessoas, às vésperas das eleições, faria o mesmo ou até pior. O fato é que o
atual mandatário, goste dele ou não, trouxe o verde amarelo de volta às ruas.
Não como bandeira sua, o que de fato não é, com tudo de bom e de ruim que isso
possa representar.
O atual presidente, por iniciativa
própria, resgatou as cores legítimas da bandeira nacional. Apenas por essa
façanha, que pode ser marqueteira ou não, fez o que nenhum outro candidato teve
a imaginação de fazer antes. É preciso lembrar aos mais jovens que, em outras
solenidades cívicas, o que se viam eram bandeiras vermelhas, em alusão ao
partido de esquerda no poder, ou uma estrela no jardim do Palácio da Alvorada.
Também eram vistas, nessas festas cívicas, bandeiras saudando movimentos de
invasão de terra e de sindicatos, cooptados, todos irmanados num processo de
conjuração para transformar o país numa ditadura do tipo comunista, onde o
Estado e os que estão próximos a ele é que mandam e nadam em mordomias e
privilégios.
Sabedor desses perigos, o povo
foi, mais uma vez, às ruas, dizer sim ao Brasil e não à hegemonia e às
ditaduras, disfarçadas de democráticas. Os brasileiros saíram, ordeiramente, de
seus lares e foram para as praças de todo o país no Dia da Pátria, para
reafirmar que os conceitos, e mesmo as práticas oriundas da independência de
1822, ainda vigoram e ecoam no coração de muitos e devem vigorar para o futuro.
A mensagem que a Nação deixa nesse 7 de setembro é que o grito de independência, talvez mais do que em outras ocasiões da nossa história, faz-se necessário e urgente. O gesto simbólico da vinda do coração do patriarca da Independência ao Brasil, também tão duramente criticado pelos corações de pedra da democrática esquerda, deixa uma mensagem e um alerta para os perigos que todos os brasileiros correm ao deixar de lado os ideais de independência e liberdade. Mais do que uma manifestação pela pátria, as comemorações desse 7 de setembro alertam para a necessidade de todos permanecerem eternamente vigilantes.