No ano passado, o Distrito Federal teve o pesar de perder uma das
grandes referências educacionais da região: Beatriz Salles de Moraes Rêgo, mais
conhecida como Dona Beatriz ou, como muitas crianças diziam, tia Bia. Fundadora
do colégio Moraes Rêgo, localizado na 706/906 Sul, a professora foi idealista
de uma educação de qualidade que, por meio do Método Montessoriano, conseguiu
deixar o seu legado na área de ensino.
“Seu lema sempre foi formar cidadãos conscientes, críticos, éticos,
preparados para a vida e para o mercado de trabalho”, relembra a filha Simone
Moraes Rêgo Nunes de Andrade, atual diretora da instituição. Junto com os seus
irmãos, a professora Silvia Moraes Rêgo Nunes Masson e o administrador Luiz
Carlos de Ávila Nunes Júnior, ela busca manter a memória e os ensinamentos da
mãe.
Em 1971, Dona Beatriz criou a Escola Maternal e Jardim de Infância
Branca de Neve, focada no ensino do Método Montessori. Seis anos depois, em
1977, foi fundado o Centro Educacional Rodolpho de Moraes Rêgo. Cerca de duas
décadas após esse período, a educadora formou o complexo escolar Colégio Moraes
Rêgo, que mantém a tradição do ensino montessoriano.
Considerada uma escola intimista, o Moraes Rêgo tem o diferencial de ser
uma instituição preocupada não apenas com as notas dos seus alunos, mas também
com a saúde e bem-estar de cada indivíduo que se conecta com a rede. Além
disso, o colégio busca propiciar um clima de aconchego e afetividade com o
intuito de reforçar o sentimento presente nos núcleos familiares.
“Somos uma escola de médio porte. Essa é uma característica que sempre
esteve a nosso favor, uma vez que, aqui, os alunos são reconhecidos por todos,
recebem um tratamento diferenciado, e mais, não somente eles: temos um vínculo
próximo com pais e familiares, o que é mais difícil em instituições de ensino
maiores”, informa Simone.
A diretora destaca que o Moraes Rêgo, atualmente, já está atendendo a
terceira geração de algumas famílias. Para não perder o vínculo, a instituição
mantém o contato com pais e avós que já frequentaram essas salas de aula. Essa
ação gera um resultado positivo, já que muitos optam por manter a escola
dentro da formação para ensino infantil e fundamental.
“Acompanhamos o sucesso de nossos alunos quando saem do colégio, no 9º
ano. Para um mundo em que, cada vez mais, nos sentimos ‘mais um’,
essa possibilidade de contatos personalizados se torna um tesouro precioso”,
destaca.
Contudo, para Simone, o segredo para o sucesso de uma instituição
educacional vai além de construir proximidades. Para a diretora, para um
colégio se tornar referência em ensino de qualidade, é necessário desenvolver
três pilares fundamentais, sendo eles a excelência no ensino, um quadro
capacitado de professores e equipes e, por fim, o respeito à comunidade.
Associando a esses preceitos, a gestora também enfatiza a necessidade de
prezar pelo desenvolvimento da capacidade de superar dificuldades e resolver
problemas, além de apostar na criatividade, no espírito crítico e na
consciência social dos alunos.
Além das salas de aula: No que diz respeito à promoção de qualidade
de vida fora das salas de aula, o Moraes Rêgo investe em palestrantes externos,
com profissões variadas, como psicólogos, médicos, educadores e escritores,
para oferecer temas de interesse dos alunos e seus familiares. A iniciativa
auxilia a aproximá-los de diferentes tipos de possibilidades a serem exploradas
no âmbito profissional e pessoal.
A instituição defende que a aprendizagem não está limitada apenas a
grade curricular, visto que toda vivência, positiva ou não, pode se transformar
em conhecimentos valiosos. Seguindo a filosofia montessoriana, os alunos não se
restringem às salas de aula como lugar exclusivo e reservado para aprender.
“O Moraes Rêgo sempre prezou pelo compromisso com o ensino formal e
informal. Isso se traduz nas saídas de campo, nas quais os conteúdos são
vivenciados e a aprendizagem ganha significado”, explica Simone.
Para ampliar ainda mais o cuidado oferecido pela rede, a instituição
fornece o projeto “Alimentação Saudável”, supervisionado pela nutricionista da
escola e que possui o objetivo de conscientizar as crianças sobre a qualidade
dos alimentos que são inseridos nas refeições.
Nesse aspecto, atividades realizadas na horta do colégio aproximam os
estudantes a essa realidade e possibilita que os alunos colham e consumam o que
aprenderam a plantar. Segundo Simone, esse ensino prático potencializa o
entendimento infantil sobre a importância do meio ambiente.
A iniciativa foi instituída em 2004 e, na época, o Moraes Rêgo foi a
primeira escola da região a promover o programa Jardim dos Sentidos, como foi
intitulado. Além dessa ação, outros programas tornaram a escola pioneira em
projetos realizados internamente.
Para a diretora, isso é motivo de orgulho e celebração. “Desde o início,
a escola se comprometeu com a importante e delicada questão da inclusão. Foi
pioneira na implantação de laboratório de informática, que, à época, ocorreu em
parceria com a IBM, empresa de tecnologia da informação”, contextualiza.
O Moraes Rêgo também implementou atendimento aos alunos com altas
habilidades por meio do Programa de Incentivo ao Talento (PIT) e, além disso,
incluiu na sua estrutura de ensino aulas de inglês e de espanhol para gerar uma
capacitação completa. Buscando ser um ambiente rico de estímulos, a instituição
acredita que educar é o caminho para o amadurecimento social, cognitivo,
emocional e cultural das crianças.
Para 2023, a expectativa da escola é continuar buscando inovações para
levar ao Moraes Rêgo recursos modernos e, ainda, investir em treinamentos para
promover, cada vez mais, um ensino de qualidade com ética e seriedade.
Como a tecnologia está presente na escola? A tecnologia entrou no
meio educacional de maneira irreversível e está integrada a favor da
aprendizagem em nossa escola. Exemplos disso são as mediações em sala de
aula, como uso de recursos didático-tecnológicos: jogos, atividades de
pesquisa, produções on-line dos estudantes e atividades em tempo real.
Contamos com aulas de robótica e de momentos tecnológicos nas aulas de STEAM.
O que é o desenvolvimento de habilidades pautadas na metodologia STEAM? STEAM, sigla em inglês de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, é conhecido como uma abordagem pedagógica que integra áreas e é baseada em projetos, tendo como objetivo formar pessoas com conhecimentos para que possam desenvolver diferentes habilidades. Preparamos os estudantes para os desafios futuros, por meio da criatividade, colaboração, pensamento crítico e comunicação. O objetivo é que nossos alunos estejam cada dia mais estimulados.
De que forma um ambiente rico em estímulos é capaz de agregar ao desenvolvimento? De acordo com a Metodologia Montessoriana, um ambiente estimulante é aquele em que a criança se sente segura e ao mesmo tempo desafiada, que oferece estrutura necessária e adequada para o protagonismo de sua própria aprendizagem. Visamos ter alunos cada dia mais estimulados, de maneira plena e feliz.