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Feliz ano velho

Feliz ano velho

Entre os muitos problemas que essas eleições vão criar, pelo seu alto poder de apartação, talvez o principal seja mesmo a catalisação do sentimento de antagonismo e de fracionamento da sociedade. Por seus efeitos profundos e duradouros, a atual disputa eleitoral, polarizada e até açulada por seus próprios candidatos e partidários, poderá se revelar, num curto espaço de tempo, numa verdadeira vitória de Pirro, pelos prejuízos irreparáveis que essas posições extremadas trarão para os dois lados e por consequência, para todos os brasileiros.


Ganhar um país extremamente dividido significa, em outras linhas, vencer pela metade e tendo que governar sob o olhar crítico e até inamistoso de boa parte da população. Num cenário de desunião como esse, de nada adiantarão as encenações marqueteiras de pactos e de reconciliação propostos, uma vez que, por seus efeitos nefastos, o que se tem dessa vez é um nítido sentimento de ódio mútuo, que político nenhum, desses que aí estão presentes, conseguirá aplacar.


Vença quem vencer, o pódio de campeão estará no mesmo nível baixo do segundo colocado. Entender como todo esse movimento nos conduziu à essa estação de crise, talvez seja necessário apenas como exercício de retomada do caminho, analisando cada ação, para entendermos em que ponto do mapa nos desviamos da rota civilizatória.


De certo que seguir por mais quatro anos sob a sombra da polarização, custará ainda mais a todo país, adiando, mais uma vez, o tão esperado dia em que o gigante, deitado em berço esplêndido, vai acordar e encarar seu destino. É a tal da reforma ou remendo em pano velho, em que as mudanças estruturais nunca são realizadas, resumindo cada gestão em remendar pontos soltos da estrutura do Estado. O essencial, num país politicamente polarizado, jamais será feito, ficando as reformas necessárias, como a política, a administrativa, a tributária e outras, mais uma vez, lançadas para um futuro incerto e não sabido. O preço da polarização é alto e será cobrado do governo. O pior é se a saída para esse impasse do novo governo vir fantasiada de falsas reformas ou reforma de fancaria, como temos visto até aqui.


No caso de vitória da oposição, o que virá é conhecido e reprovado. O reaparelhamento da máquina do Estado e o fim do teto de gastos é só o começo. As estatais, que até aqui sempre foram usadas como moeda de troca, desvirtuando suas funções e tornando-as um peso para o próprio contribuinte, voltarão a representar mais um ponto de preocupação. O retorno calibrado da política do tomá lá dá cá e do presidencialismo de cooptação também.


A restauração do grande balcão de negócios dentro do Legislativo, por certo renascerá das cinzas, mais fortalecido, mesmo que medidas, como o fim do orçamento secreto prevaleça. A partir de 2023 o Brasil poderá comemorar mais um feliz ano velho, renovado com os votos de ampla anistia judicial concedido pelas altas corte a toda a turma que agora ensaia voltar a cena.

A frase que foi pronunciada: “Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.” (Mahatma Gandhi)

Silêncio e morte: (Video ~~~).Parece que governantes de Brasília não se preocupam com a tradição da cidade. Escola de Música de Brasília, Aruc, Defer, Teatro Nacional, Biblioteca Demonstrativa, entre diversos outros exemplos. A última facada foi na Aruc. Mesmo reconhecida como patrimônio cultural imaterial do DF, é ameaçada de perder o terreno há muitos anos, e agora, foi interditada. Motivo: mais decibéis que o permitido.

Voz por eles: Mais de 60 países participarão da campanha “40 Dias pela Vida” rezando pelo fim do aborto. No Brasil a iniciativa acontecerá em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campina Grande. “Esta campanha é baseada na fé e acreditamos que a batalha contra o aborto é espiritual e só a venceremos de joelhos”, disse a coordenadora no Rio de Janeiro, Fátima Mattos em entrevista à imprensa.

Aberta: Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, Valdemar da Costa Neto, do PL, advogados de vários partidos e representantes de entidades fiscalizadores e missões internacionais visitaram a sala de totalização de votos do TSE.

Enclausuradas: Em passeio pela 305 Sul 50 anos depois o que mais impressiona é o silêncio. No início de Brasília a criançada brincava na quadra sem que os pais tivessem qualquer preocupação. A algazarra era ouvida de longe. Hoje, Brasília, outras capitais e até as cidades do interior estão tomadas com o perigo que tirou o ar livre das crianças.

Circe Cunha e Mamfil  - Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Foto: Alejandro Zambrana / Secom / TSE – Arquivo Público - Correio Braziliense



 

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