Integrante da base aliada do presidente da República,
Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal mais votada do Distrito Federal Bia
Kicis (PL) na eleição de 2022 disse que não
acredita que o mandatário passará a faixa presidencial para o presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, a parlamentar acha que Bolsonaro não fará a passagem
em 1° de janeiro. “Não acredito que ele, pessoalmente, faça essa passagem da
faixa. Mas alguém fará (a passagem)”, disse a deputada. "Às vezes
converso com ele (Bolsonaro) por WhatsApp, e ele continua trabalhando. Ele só
está se expondo menos publicamente”, completa.
A passagem da faixa não é um ato obrigatório, apenas simbólico e tradicional — o Correio mostrou que as chances de Bolsonaro passar a faixa são remotas. Para a jornalista Adriana Bernardes, a parlamentar também esclareceu que votou contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição — votada e aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado na quarta-feira (21/12). Bia Kicis chamou de “PEC do Rombo e PEC do Estouro”.
Ela pontuou que se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para entender tecnicamente sobre as duas propostas — a outra PEC proposta por Bolsonaro na campanha eleitoral — e criticou a proposta aprovada no Congresso. “Ele (Guedes) me explicou bem a diferença das duas propostas. A grande diferença de Bolsonaro, de R$ 600 do Auxílio Brasil, vinha com responsabilidade fiscal. E essa PEC (aprovada no Congresso) não tem nenhuma responsabilidade”, disse.
Oposição: Bia Kicis disse que os deputados de direita irão precisar estar em sintonia para fazer uma oposição do governo do presidente eleito Lula. A parlamentar afirmou que o Partido Liberal (PL) — o mesmo do presidente Jair Bolsonaro — está conversando com siglas da base bolsonarista para encorpar a oposição, mas acredita que haverá parlamentares que irão “de acordo com a maré”.
“Acredito que a gente terá uma oposição firme, se
continuarmos unidos (...) Existem pessoas que vão (apoiar o governo Lula
considerados da oposição) e isso é inevitável, é da natureza humana. Mas, tem
aqueles que vão permanecer firmes com aqueles princípios, respeitando os seus
eleitores”, disse.