O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
ganhará em junho mais uma credencial por serviços de saúde pública prestados
gratuitamente à população. Passará a ser polo de aplicação de medicação de alto
custo — R$ 1 milhão por ano — usado para o combate à doença rara
denominada de Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN).
O HBDF já é é polo de aplicações de remédios
para portadores de outra doença rara conhecida como Esclerose Múltipla (EM),
disse o gerente substituto da Farmácia de Alto Custo, o farmacêutico bioquímico
Silas Dino. A EM é uma doença neurológica crônica provocada por mecanismos
inflamatórios e degenerativos que comprometem o sistema nervoso central.
“Ao invés de entregar para o paciente,
encaminhamos o medicamento direto para aplicação no Hospital de Base”, explicou
o gerente substituto. Segundo ele, isso significa que o paciente não terá de
ficar responsável pela guarda de um medicamento termolábil (que precisa ser
armazenado em refrigerador 2° a 8°C). “Assim a estabilidade do medicamento é
melhor preservada tanto no armazenamento quanto no transporte", detalhou.
¨Bom humor e resiliência: A mudança foi
comemorada pela empreendedora autônoma Luciana Soares, 38 anos, casada e mãe de
uma filha. Ela reside em Planaltina de Goiás, a 483 km do centro de Brasília. E
a cada 15 dias precisa fazer uma maratona para ir até a unidade de terapia do
Hospital de Base.
“Eu amo o Hospital de Base”, afirmou Luciana,
que há 15 anos vem sendo acompanhada pela médica Maria Catarina Vasconcelos. No
início, a paciente precisou entrar na Justiça para assegurar a aquisição do
remédio pelo Ministério da Saúde. “Essa novidade vai facilitar muito a vida de
quem tem a doença”, disse. “Agradeço a atenção recebida ao longo desses anos”.
Sinônimo de bom humor e resiliência, Luciana
enfrenta a enfermidade com sorriso e às vezes até surpreende com gargalhadas
contagiantes. “Às vezes me perguntam como eu consigo sorrir por causa da
doença, e eu dou mais um sorriso”, resume uma de suas principais estratégias de
sobrevivência.