Instituições financeiras credenciadas pelo Banco
Central começaram nesta semana a oferecer a renegociação de dívidas
para o Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas
Inadimplentes (Desenrola Brasil). Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30
milhões de brasileiros podem se beneficiar nesta etapa.
O início da medida pelo governo federal coincide
com o período em que se registrou recorde no número dos chamados superendividados.
O índice de endividamento no Brasil atinge 78,5% das famílias. E o percentual
de consumidores que se consideram com muitas dívidas é o maior desde 2010. Do
total, 18,5%. Os dados são da CNC e estão subsidiando as ações do programa.
Parcelamento: O Desenrola Brasil abrange a população com renda de
dois salários mínimos – R$ 2.640 até R$ 20 mil por mês. As dívidas poderão ser
parceladas, em, no mínimo, 12 vezes. Há bancos que oferecendo até 96% de
desconto.
A Caixa Econômica Federal informou que já
renegociou mais de R$ 50 milhões em dívidas nos três primeiros dias do programa
Desenrola Brasil. Cerca de 22 mil clientes aderiram ao programa com o banco
público.
Ainda há espaço para aumentar o número de
renegociações, pois a Caixa tem 13 milhões de clientes com dívidas. As agências
abriram hoje uma hora mais cedo para atender mais pessoas.
Varejo do DF otimista: O setor varejista do Distrito Federal está confiante com o Desenrola
Brasil, pois vai ajudar a suspender as restrições de crédito. O presidente da
CDL-DF, Wagner Silveira, afirma que a ação vem em boa hora. Dados do IBGE
mostraram que houve um recuo de 1,4% nas vendas do comércio varejista em maio,
na comparação com abril.
Ampliar potencial de vendas: “O programa abre crédito, coloca dinheiro na economia, amplia o
potencial de vendas e, consequentemente, de empregos gerados, o que é
necessário neste momento em que a economia ainda sofre com os impactos da
pandemia”, defende Silveira.
Contrapartida: A contrapartida do governo
federal com os bancos, que aderiram ao programa, é acelerar o processo de
reconhecimento de créditos tributários dessas instituições financeiras com a
liberação de R$ 50 bilhões em crédito presumido. Na prática, a cada R$ 1 de
dívida renegociada, o banco terá R$ 1 liberado.