Por que criar uma frente
parlamentar de prevenção à depressão, ao suicídio e valorização da vida? Esse
tem sido um problema que vem crescendo assustadoramente e precisa ser
enfrentado e combatido, por meio da informação e atendimento à comunidade. Não
dá mais para deixar o governo fechar os olhos para um problema tão grave e
muitos estão sofrendo com a ausência por falta de um atendimento adequado do
Estado.
Quem participa? Participam
os deputados, entidades da sociedade civil, especialistas da área médica,
psicólogos e também membros do governo para que possamos ter a contribuição de
cada área e nos unirmos para buscar ações práticas e realmente ajudar a
resolver essa questão do atendimento e de outras relacionadas ao assunto.
O senhor tem dados que indiquem
um aumento de casos de depressão e suicídio no DF? Temos observado isso
nas ruas, quando estou nas cidades. Com todas as famílias que converso sempre
tem um caso de um parente que teve depressão, tem sofrido com ansiedade ou tem
algo relacionado a saúde mental. É importante que a gente busque atenção para
essas pessoas. E digo isso independentemente dos casos estarem aumentando ou
não, pois cada caso é importante.
Como a Câmara Legislativa pode
contribuir para a valorização da vida e prevenção ao suicídio? A Câmara
Legislativa pode contribuir por meio da construção desse diálogo, elaboração de
projetos, exigindo que o governo cumpra e fiscalize as leis em vigor. E também
ajudando a construir com o governo iniciativas que sejam importantes para dar
suporte às famílias. Acho que é muito importante levar para as cidades esses
atendimentos com psicólogos, psiquiatras, suporte através das unidades de
saúde. É um trabalho dentro das escolas, um trabalho envolvendo a Secretaria de
Desenvolvimento Social. São muitos agentes que podemos envolver, também podemos
levar essas demandas e cobrar que sejam atendidas.
O senhor tem algum projeto
voltado a esse tema? Logo após a pandemia discutimos muito essa questão da
saúde mental e aprovamos uma lei de minha autoria que obrigava o governo a dar
suporte para as famílias nas cidades satélites. Na prática, não saiu como
imaginávamos e por isso é importante esse tipo de projeto. Não adianta apenas
fazermos leis, acho que mais do que isso, precisamos ter iniciativas de cobrar
do governo ações. Muitas vezes já existe uma política pública que o governo tem
a obrigação de executar, mas não está executando como deveria. Como por
exemplo, garantir os psicólogos nas escolas da rede pública de ensino. São
demandas já previstas em leis, mas não estão sendo cumpridas integralmente.
Esse é um problema de saúde
pública. Acha que o governo do DF trata a questão com a prioridade e a forma
necessárias? Esse é um problema de saúde pública e acredito que o governo
tem sim uma preocupação com o assunto. Quando decidimos constituir essa frente
parlamentar, muitos órgãos pediram para participar e estão se envolvendo.
Querem realmente participar da discussão. Às vezes são muitos os problemas e
existe uma dificuldade de alinhamento entre as pastas. Estamos exatamente
propondo essa frente para que, ouvindo as pessoas, ouvindo todos esses entes,
possamos cobrar e de fato levar soluções para essas pessoas, para as essas famílias.