Consertar a fechadura depois da
porta arrombada é o mínimo que pode ser feito para amenizar o
sentimento de incúria e de falta de prevenção. Para as autoridades públicas, a
quem o cidadão confia sua já sofrível segurança, é também o que se exige
minimamente. É bom refrescar a memória para o ocorrido em dezembro de 2019, na
mesma prisão, quando um líder de organização criminosa que estava encarcerado
apareceu com duas espingardas, com a intenção de render os agentes federais. O
intento foi frustrado, mas a audácia já norteava que a segurança estava longe
de ser máxima.
Na realidade, tomando o avanço
sem precedente da criminalidade em nosso país, não existe terreno algum no
Brasil que seja 100% seguro e livre da ação dos marginais. Nossas cidades são
testemunhas dessa realidade. Casas, condomínios e estabelecimentos diversos
estão, há décadas, cercados por todo o tipo de parafernália de segurança.
Cercas elétricas, vigias armados e todo um conjunto contra a ação dos
criminosos retratam bem nosso baixo nível civilizatório e nossa decadência como
sociedade.
A maioria dos brasileiros, hoje,
sai de casa sem ter a certeza de voltar são e salvo. Cada dia é uma aventura.
Nossas ruas, em lugares como o Rio de Janeiro e outros, transformaram-se em
selvas urbanas. Salve-se quem puder! Para a elite no poder, essa situação
extrema inexiste. Estão muito bem guardados por seguranças armadas até os
dentes. Talvez, por esse motivo e pela distância que sempre tiveram da
realidade nacional, eles não sabem o que é a vida de um cidadão comum.
O fato é que o Estado não dá
conta de conter o avanço da criminalidade e já se mostra acuado frente à
ousadia da bandidagem, principalmente quando os chefões dessas organizações
ordenam, de dentro de presídios de segurança máxima, que ônibus sejam incendiados,
e toda uma sorte de crimes sejam cometidos pela cidade, para amedrontar a
população, mostrando assim seu poderio.
Com a fuga, acontecida agora, de
dois presos perigosos do presídio federal de Mossoró, uma cadeia que se
acreditava de segurança máxima, mais uma vez, a realidade dessas instituições e
seu isolamento da sociedade mostram sua fragilidade. O atual ministro da
justiça e segurança pública não conhece do métier. Talvez, nunca tenha
adentrado num presídio, limitando sua ação em gabinetes refrigerados, longe do
Brasil real.
Não surpreende que, depois desse
acontecimento, a providência tomada tenha sido a construção de muralhas de
proteção em torno dos presídios federais, para evitar futuras fugas. Talvez,
mais importante até que essas medidas seja o acesso de toda e qualquer
pessoa a essas prisões. Todo mundo sabe que são essas visitas que levam e
trazem mensagens de dentro para fora e de fora para dentro. Mesmo os impolutos
advogados, já se transformaram em pombos-correio, cobrando honorários também
por esses serviços extras.
Talvez essa fuga possa servir para que as autoridades repensem a permanência de um presídio, dito de segurança máxima, nos arredores da capital do país. A construção açodada desse estabelecimento, há muito, vem sendo apontada, por aqueles que entendem de segurança, que sua localização, próxima da capital do país, põe em risco toda a cidade, sobretudo quando se sabe que aqui estão sediadas as principais representações estrangeiras e a grande maioria dos organismos internacionais e da administração pública. Antes que volte a acontecer o que houve em Mossoró, é preciso agir com a máxima prevenção nessa questão.
Equidade: Bom saber
sobre a autuação feita pela Polícia Civil do DF que comandou uma ação com o
apoio do DF Legal e da Dema para impedir uma obra ilegal em área de preservação
em Taguatinga. A ação reacendeu a esperança dos moradores do trecho 9 no SMLN,
que são obrigados a ver um monstrengo surgir do chão em área de preservação e
que, por enquanto, nada foi feito.
Eficácia: Em Niterói, o combate à dengue está sendo feito com uma bactéria que é colocada nos ovos do Aedes Aegypti. O método Wolachia reduziu em, aproximadamente, 70% os casos de dengue na cidade.