O Governo do Distrito Federal (GDF), em conjunto
com o Ministério da Saúde (MS), reuniu, na tarde desta quarta-feira (13), os
diretores dos hospitais particulares para alinhar as diretrizes de atendimento
aos pacientes com dengue. Foi apresentado aos gestores da rede suplementar um
manual de manejo clínico atualizado da doença, com a escala de classificação de
risco. As instituições particulares se comprometeram a aderir ao protocolo,
cujo objetivo é auxiliar na preconização e efetividade do atendimento às pessoas
com sintomas da doença.
“Há uma necessidade da integração da rede pública
com a rede particular, porque as pessoas não morrem somente na rede pública. Há
uma necessidade de nivelamento de protocolos e procedimentos”, afirmou a
vice-governadora do DF, Celina Leão. “É isso que nós estamos fazendo, chamando
a rede privada para discutir, porque o que nós estamos enfrentando não é nada
do que foi passado da dengue nos últimos 10 anos. Então o recado que nós
deixamos aqui é para não subestimar a dengue e não aceitar o efeito rebote sem procurar
uma unidade de saúde”, acrescentou.
O documento apresentado foi criado pelo Ministério
da Saúde a partir dos dados mais atuais sobre a doença, que, apesar de acometer
o Brasil há mais de 40 anos, teve suas características modificadas com a
circulação de novos sorotipos que têm se mostrado mais graves. Atualmente, nove
estados e o Distrito Federal estão em estado de emergência em saúde pública
devido à epidemia de dengue.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, reforçou que a medida visa atender toda a população do DF de forma mais efetiva e organizada. “O Ministério da Saúde tem observado na rede pública do Distrito Federal os ajustes, os avanços e as potencialidades da classificação e do manejo clínico para trazer um olhar apurado sobre a dengue”, comentou. “Setenta por cento da nossa população é ‘susdependente’, mas ainda temos 30% que busca a rede suplementar, por isso temos que alinhar e observar as condições”, disse.
Enfrentamento
no DF: Desde 25 de janeiro após a
publicação de um decreto governamental, o Distrito Federal está em estado de
emergência em saúde pública devido ao aumento do número de casos de dengue.
Entre as ações de enfrentamento à doença, o governo adotou a ampliação do horário
de atendimento das unidades básicas de saúde, a instalação de tendas de
acolhimento e hidratação, os mutirões de limpeza e de atendimento médico nas
regiões administrativas, a aplicação de vacinas no público alvo de 10 a 14
anos, além da testagem e sequenciamento dos casos e dos óbitos da doença.
“É importante colocar que nenhum estado do Brasil
consegue ter um diagnóstico claro e sem subnotificação igual ao nosso. Nós
estamos encarando esses dados e os abrindo para o Ministério da Saúde,
pesquisando para que não tenhamos mais óbitos, para que possamos enfrentar essa
epidemia gravíssima de frente, sem subnotificação e sem perder mais ninguém”,
acrescentou a vice-governadora.