O
ministro Alexandre de Moraes levantou, anulou, cancelou todas as medidas
cautelares que oneravam o tornozelo e a vida, a liberdade de Geraldo da Silva.
Quem é ele? Um morador de rua que vivia em um abrigo em Brasília; não tinha
nada a ver com política; foi de curioso ao acampamento na frente do QG do
Exército, foi de curioso ver o que estava acontecendo na Praça dos Três Poderes
em 8 de janeiro, foi preso e passou 11 meses pagando pena sem ter sido
condenado. Depois, foi absolvido pelo Supremo. Vocês dirão “pelo menos ele
tinha casa e comida de graça”, mas não tinha liberdade. A falta de liberdade
não compensa ter comida e casa. Ele agora está livre, mas eu pergunto: quem vai
pagar? Como ele será compensado pela perda da liberdade de dormir onde quisesse?
É o que dá um julgamento coletivo. Desde 1215 o julgamento tem de ser
individualizado para saber o que cada um fez. Mas estamos no Brasil de hoje.
Problemas
resultantes do gasto sem fim seguem explodindo: E no Brasil de hoje eu vejo que
até agora, em 2024, os estrangeiros já tiraram da bolsa R$ 21 bilhões. É falta
de confiança do investidor, que acha negócios melhores em outros países e
percebe que não vão valorizar tanto assim as frações de capital das empresas
brasileiras. E vemos outros problemas, como as dívidas dos estados. Os
governadores em Brasília estão tentando resolver os problemas de desequilíbrio
fiscal. A causa é simples: o excesso de gastos do Estado. É só copiar o Milei.
O liberalismo funciona, e quando acaba o dinheiro não há socialismo que
resista; quando a pessoa que sustenta a distribuição do dinheiro perceber que
está trabalhando para sustentar a distribuição do seu próprio dinheiro, verá
que não vale a pena produzir tanto. É um desastre esse tipo de socialismo.
Maduro
quer ganhar eleição sem adversários: Como também é um desastre a Venezuela.
Maduro está imitando Ortega, eliminando todos os outros candidatos. Segundo os
observadores europeus, Vladimir Putin também só aceitou candidatos que fossem
confiáveis, ganhou a eleição na Rússia e renovou o mandato; vai acabar passando
Catarina II, que foi imperatriz por 34 anos. Na noite de segunda-feira,
esgotou-se o prazo e a candidata de oposição não pôde se registrar. Era María
Corina Machado, mas ela foi impedida, assim como Bolsonaro foi por aqui. Então,
ela indicou Corina Yoris. Ela também não conseguiu; não deixaram que ela se
registrasse – é como se Bolsonaro tivesse indicado Michelle e o TSE tivesse
dito que não podia. Mas não havia nenhuma sentença judicial contra Yoris, nem
quiseram disfarçar.
Acho
que o presidente Lula não gostou. No ano passado, o Brasil intermediou o acordo
de Barbados, exatamente para propiciar a eleição na Venezuela em 2024, que está
marcada para julho. E o Itamaraty soltou uma nota dizendo, entre outras
palavras, que a inabilitação da candidata da oposição “não é compatível com o
acordo de Barbados”. Chamou atenção; talvez Maduro sinta que não agradou o
aliado brasileiro com essa história de querer imitar Ortega e ter eleição sem
adversário.