“Se eu dissesse que Brasília é
bonita, veriam imediatamente que gostei da cidade. Mas se digo que Brasília é a
imagem de minha insônia, veem nisso uma acusação. Mas minha insônia sou eu, é
vivida, é o meu espanto. Os dois arquitetos (Lucio Costa e Oscar Niemeyer) não
pensaram em construir beleza, seria fácil: eles ergueram o espanto deles e
deixaram o espanto inexplicado. A criação não é uma compreensão, é um novo
mistério”, escreveu a escritora Clarice Lispector sobre Brasília.
Niemeyer comentou, numa
entrevista concedida a ela, no fim da década de 1960: “Sua observação me deixa
satisfeito. Meu intuito ao projetar a arquitetura de Brasília foi, antes de
tudo, fazê-la diferente e, se possível, plena de surpresa e invenção.”
O arquiteto completou:
“Pretendia uma arquitetura que a caracterizasse e, nesse aspecto, me sinto
realizado, vendo que seus elementos arquitetônicos – as colunas do Alvorada,
por exemplo, vão se repetindo, sendo utilizadas nas formas mais diversas”.
Niemeyer ainda faria uma
referência ao escritor e pensador francês André Malraux sobre a nova capital do
Brasil. “Agradou-me ouvir certa vez de André Malraux esse comentário: ‘As
colunas do Alvorada são os elementos arquitetônicos mais importantes depois das
colunas gregas’.”
Desenvolvimento econômico: A
Brasília do espanto pela genialidade da concepção arquitetônica se superou e
muito ao traçado da prancheta. A vida que transborda puxou o desenvolvimento
econômico. Uma cidade erguida por empreendedores, desbravadores que trouxeram
para cá o comércio, os serviços, a agricultura e a indústria.
De cidade administrativa ao
terceiro maior polo consumidor do país, a capital federal celebra os 64 anos ganhando, cada vez mais, destaque no
cenário econômico do país. As pequenas empresas são grandes geradores de
emprego, e o setor privado garante mais arrecadação de impostos aos cofres
públicos.
A criatividade no
empreendedorismo ajudou a construir a nova capital. E segue no sonho cada vez
mais realizado dos brasilienses serem donos do próprio negócio.