É uma enxurrada de ilegalidades, inconstitucionalidades,
arbítrios, abusos... Desde o início da ditadura – que não foi implementada por
Jair Bolsonaro, mas contra ele –, é tudo muito descarado. Inventaram essa
historinha de “defesa da democracia”, de combate à “extrema direita”, a
“radicais”, a “golpistas”... Inventaram que estão combatendo “fake news”,
“desinformação”, “desordem informacional”, “discurso de ódio”, “atentados à
democracia e às instituições”, sem que ninguém possa explicar o que é isso tudo.
São os tiranos que definem os conceitos, vagos, falsos, inexistentes... E eles
não aceitam oposição. Qualquer um que os critique sabe que está em perigo.
Já faz tempo que o Brasil é arrastado para o abismo, com
inquéritos ilegais desde a origem, intermináveis, secretos, sem objeto
definido, com alvos escolhidos a dedo, apenas um grupo. Não importa se os
perseguidos não têm foro privilegiado, é tudo na instância máxima, com ministro
do STF sendo vítima, acusador, investigador e “juiz”. Os advogados dos
perseguidos são impedidos de trabalhar, não têm acesso aos autos, não podem se
manifestar, não têm como defender seus clientes, vítimas reais. Há pelo menos
cinco anos, ritos jurídicos são atropelados de forma escancarada, e os absurdos
são tratados como atos de valentia contra “demônios”.
E não acaba, não acaba... Agora, há mais seis gigabytes de
“embaraços” para Alexandre de Moraes, para todo o Supremo Tribunal Federal.
“Embaraços” é uma das palavras usadas por um jornal que já foi importante, é
mais uma prova da cumplicidade com a tirania dessa imprensa que desistiu de ser
imprensa. Os “mestres” do eufemismo falam em “controvérsia jurídica” e “resgate
do ambiente de normalidade”, agora que os “golpistas” caíram... “Nós derrotamos
o bolsonarismo”, gritou Luís Roberto Barroso num congresso dos comunistas da
UNE. Os ex-jornalistas não viram nada de mais nessa atuação política de um
ministro do STF, praticamente não falaram do assunto.
Quando Alexandre de Moraes cisma, nada o detém. Quando ele
cisma, vale tudo, até dedo nos olhos, mordida e puxão de cabelo. Quem precisa
de regras, de atuação dentro das leis?
Impossível lidar com um jornal que já teve relevância e
começa um editorial assim: “Não resta dúvida sobre o papel fundamental para a
defesa da democracia brasileira que o ministro Alexandre de Moraes, do STF,
desempenhou quando presidiu o TSE durante as eleições de 2022”. Alguém pode me
explicar como se “defende a democracia” desrespeitando a Constituição, as leis
do país? Não houve nem equilíbrio na campanha presidencial. A corte eleitoral
inventou um Lula “limpinho”, contra o aborto, contra as drogas, contra a
bandidagem, contra ditadores mundo afora. Bolsonaro era o “capeta”, a ameaça, o
ditador se engraçando.
Alexandre de Moraes “salvou a democracia brasileira”, agindo
extraoficialmente, movido pelo ódio, pela ira. A imprensa velhaca chama esses
movimentos de “heterodoxia procedimental”, “atitudes esquisitas”, tentando
abrandar o que é gravíssimo, imperdoável... Repressão total, censura, bloqueio
de contas bancárias, quebra de sigilos, cancelamento de passaportes, multas
exorbitantes, prisão. Não importa se é período eleitoral ou não. Quem tomou o
poder decide o que é legal e o que é ilegal. Isenção e neutralidade foram
extintas. Proteste contra isso, lute pelo que é certo, e o preço a pagar pode
ser alto.
Quando Alexandre de Moraes cisma, nada o detém. Quando ele
cisma, vale tudo, até dedo nos olhos, mordida e puxão de cabelo. Quem precisa
de regras, de atuação dentro das leis? Um segurança particular do ministro pode
fazer um pedido informal para que o TSE acesse dados sigilosos da polícia de
São Paulo. São permitidas manobras para “disfarçar a origem das demandas...”
Tudo para produzir relatórios do jeitinho que o ministro do STF quer.
Falsidades documentais, “provas criadas”, desavergonhadamente defendidas por
aqueles que se declaram “heróis”.
Os assessores de Moraes, reservadamente, entre eles, claro,
assumem o constrangimento por forjar relatórios e usar a “criatividade” para
perseguir quem Alexandre de Moraes aponta. E a imprensa fajuta agora fala em
“debate jurídico salutar”, para “botar tudo no devido lugar”. Num país com
debate interditado, com tiranos impondo a todos aquilo que consideram a
verdade, é preciso ser muito trouxa, ou desonesto, ou omisso, ou cúmplice dos
horrores para insistir nessa historinha. É preciso “resgatar a postura de
comedimento do Judiciário, resgatar o clima de normalidade no país...” Os
canalhas dizem que “não há mais ameaça alguma...” Eles ignoram as leis quando
lhes interessa e querem que as leis sejam cumpridas, quando acham que é hora.
A imprensa que restou nunca tolerou o Supremo metido em
política, tomando decisões políticas, por razões políticas e com objetivos
políticos. Na presidência, Bolsonaro teve no STF seu maior adversário, aquele
que fez de tudo para impedi-lo de governar. Nunca um presidente encontrou
tantas barreiras ilícitas impostas pelo Judiciário. E a imprensa ordinária
ficou do lado errado, fingindo que o inaceitável é para o nosso bem. Igualzinho
ao Rodrigo Pacheco, que nunca enfrentou os desmandos do Supremo... E está, de
novo e principalmente, nas mãos do presidente do Senado defender o Brasil de
verdade. Depois, Pacheco deveria realmente se retirar da vida pública e
passar o resto de seus dias em penitência, esperando a remissão de seus
pecados.