A passagem do ano marca a conclusão da
primeira metade do governo Lula-3. É, ao mesmo tempo, um retrato do que vem por
aí: mais do mesmo. Governos, ao contrário do que acontece muitas vezes no
futebol, dificilmente viram o jogo no segundo tempo. A terceira passagem de
Lula na presidência tem sido um fracasso em corrente contínua antes mesmo de
começar; como não passa pela cabeça do presidente e do PT, e nem pelas decisões
que tomam todos os dias, a noção de que estejam fazendo um governo
espetacularmente ruim, não há perspectiva de que queiram mudar de rota. Vão
continuar errando.
O governo Lula escolheu as pessoas
erradas, as ideias erradas e as soluções erradas – com a agravante de que as
ideias não chegam a ser ideias e as soluções não podem solucionar nada, porque
ninguém ali consegue, sequer, entender qual é o problema. De erro em erro,
chegou-se à metade da viagem. A metade que sobra, pelo que se vê no noticiário,
pode ter mudança de ministério, mas não mudança de ações, nem de estratégia e
nem de objetivos. Sem mudar tudo isso, não adianta nada mudar quem está aqui e
ali. Troca-se as moscas. Fica igual aquilo que as atrai.
Governos, ao contrário do que acontece
muitas vezes no futebol, dificilmente viram o jogo no segundo tempo
Lula, possivelmente, montou o governo
mais incompetente da história da República – um deserto de homens, de mulheres
e de vida inteligente. Mas o problema real não é, no fundo, a entrega do Brasil
a essa manada de nulidades; o governo não está indo a pique porque o primeiro,
o segundo e o terceiro escalão são ineptos e em geral mal-intencionados. O
problema é a visão de Lula, e do seu entorno imediato, a respeito do Brasil e
dos brasileiros. Tudo o que ele acha que se deve fazer está errado, empurra o
país para o atraso e elimina qualquer possibilidade de avanço social para os
que mais precisam avançar.
Tanto faz, aí, se você erra com Sua
Excelência A, B ou C. Na verdade, essa gente é ruim porque um governo tóxico
como o de Lula só consegue operar com gente ruim. Há, é claro, as exceções, mas
o que pesa é o conjunto da obra. Semelhantes se atraem sempre, e não há nada
como projetos, pensamentos e objetivos errados para atrair gente errada. É
isso, e não mais que isso, o Lula-3. Não consegue identificar corretamente um
único problema real do Brasil – nem um que seja. É inevitável, em consequência,
que não consiga propor nenhuma solução racional para nada.